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Eleições 2022: Cheirinho de virada? Pesquisa dá 99% a Bolsonaro

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Pesquisa dá 99% a Bolsonaro

Não tem nada mais chato, atualmente, do que eleitor fanático. O pior é que parece ser a maioria, e talvez seja mesmo, já que 78% já definiram o voto ou em Lula, o meliante de São Bernardo, ou em Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto. Só esse idiota aqui que vos escreve é que faz parte dos 6% de “nem-nem”: nem o chefão petista nem o amigão do Queiroz.

Essa gente estranha – os fanáticos – não acredita em nada que não venha da sua bolha. Pior. Acreditam em tudo que venha dela. Pesquisa eleitoral, então, é um prato cheio. Se o cara é bolsominion, por exemplo, só irá acreditar no Datapovo, instituto imaginário criado pelo bolsonarismo, para desqualificar a ciência, matemática e estatística.

Eu conheço superficialmente uma pessoa, de certa idade, de boa índole, relativamente bem sucedida no que faz e academicamente instruída, que, por fanatismo pelo “mito”, ainda que seja uma técnica em sua profissão, acredita mais nos grupos de WhatsApp do que na chamada grande imprensa, e jura de pés juntos que o Data Povo vai acertar.

Acabei de assistir a um vídeo do almoço do presidente com seus apoiadores em Nova York, repetindo o programa do ano passado, em uma churrascaria famosa de Midtown, cuja origem é o Brasil (Fogo de Chão), e entendi a lógica dessa turma. Em êxtase histérico, os patriotas e cidadãos de bem, em nome de Jesus, é claro, festejavam o Messias.

Rachadinhas, mansões em dinheiro vivo, centrão, Ciro Nogueira, PL e Valdemar Costa Neto, Fernando Collor, 700 mil mortes por covid-19, vacinas, corrupção no MEC, cartão corporativo, verbas secretas, ataques à democracia, violência contra homossexuais, negros e mulheres? Que se danem. A nossa bandeira jamais vermelha, e pronto!

Ali está o tal Data Povo, tão acreditado e festejado por 9 de cada 10 dos meus melhores amigos. Ok, vá lá, 8 de cada 10. Com muito boa vontade, 7 de cada 10. O problema (para eles) é que o Brasil não é a churrascaria de NY. Ao contrário! No Brasil, há 26 anos não se come tão pouca carne. Merenda escolar, agora, é “regada” à sardinha, e olhe lá.

Essa turma, geralmente aprisionada em condomínios e carros que acreditam torná-los seres superiores, não conhece Riachão do Bacamarte, na Paraíba, ou Jacarezinho dos Homens, em Alagoas. Aliás, não conhecem (de perto) nem mesmo as favelas ou periferias da própria cidade em que vivem. Por isso tão refratários à realidade do País.

Quando perguntam em seus clubes, nas suas festas, na porta da escola dos filhos, nos grupos de WhatsApp em quem as pessoas irão votar, têm a certeza de que o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias compradas em dinheiro vivo irá levar no primeiro turno, e que todas as pesquisas são fraudadas e financiadas pelos comunistas.

Daí, quando as urnas forem abertas, caso se confirmem todas as pesquisas sérias, irão, em consonância com o devoto da cloroquina e sua turba golpista, acusar as eleições de terem sido fraudadas. Dirão: “Não conheço ninguém que votou no Luladrão Seu Lugar É Na Prisão (algo que concordo, aliás). Sim. E não conhecem mesmo! Mas pergunto: por que diabos conheceriam, ué?

*Com informações istoé

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