O Alzheimer é uma doença crônico-degenerativa que afeta principalmente as pessoas idosas, que começam a perder funções cognitivas relacionadas à memória, orientação, atenção e linguagem. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes nessas condições e sensibilizar a sociedade sobre o assunto, a Prefeitura de Manaus irá intensificar as discussões sobre o tema neste mês de setembro, em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
A titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Shádia Fraxe, informa que o assunto é trabalhado neste mês por conta do Dia Mundial da Doença de Alzheimer, celebrado no dia 21 de setembro. A sensibilização é necessária, porque todo o círculo familiar é afetado, segundo Shádia, e precisa dispor de uma atenção maior para o cuidado adequado com o paciente.
“As unidades de saúde do município estarão falando sobre a doença nas salas de espera, até o final do mês, dando orientações ao público em geral sobre os sintomas, prevenção e outras questões relacionadas. É importante que as pessoas tenham essas informações para que não estigmatize o idoso, e para que o estimule a desenvolver atividades que impeçam o avanço da doença”, explica a secretária.
A chefe do Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso da Semsa, Maria Eliny Rocha, informa que a doença de Alzheimer não tem cura, mas possui tratamento dos sintomas. O controle da doença tem uma eficácia ainda maior quando ela é diagnosticada no início.
“Ela é conhecida como uma das doenças do envelhecimento, pois pessoas com idade mais avançada têm mais predisposição para desenvolvê-la. É quando eles começam a apresentar um esquecimento mais grave, como não lembrar para que serve os óculos que ele usou por toda a vida, esquece como cozinhar, esquece o percurso para a própria casa, entre outros exemplos”, afirma Eliny.
Preconceito
Eliny, que também é membro da Associação Brasileira de Alzheimer em Manaus, chamou a atenção para o preconceito que as próprias famílias têm com o idoso que é diagnosticado com a doença. Esse tipo de conduta piora os sintomas e pode agravar a situação do idoso.
“Muitas famílias têm vergonha de sair com esse idoso, e a gente trabalha para mudar essa atitude, para orientar aos cuidadores a importância de promover a socialização do idoso com Alzheimer, e fazer com que ele se sinta parte da sociedade. É preciso levar para passear, levar a parques, a centros de convivência, entre outras atividades, para que esses pacientes tenham uma melhor qualidade de vida”, diz.
Orientações
Ainda de acordo com Maria Eliny, o envelhecimento não é um processo estático, mas percorre todo o ciclo de vida das pessoas, desde o nascimento. Para prevenir não só o Alzheimer, mas outras doenças que podem surgir com a idade, é importante que a sociedade em geral coloque em prática alguns pilares, como alimentação saudável e balanceada, atividade física, hidratação e atividades cognitivas.
No caso do Alzheimer, os profissionais da saúde aconselham que os neurônios sejam estimulados de diversas formas, tanto para evitar a doença quanto para aliviar os sintomas.
“Nós orientamos os idosos a se desafiar a fazer atividades diferentes, como pintura, palavras cruzadas, quem sabe aprender um novo idioma ou aprender a cozinhar, mudar o percurso para casa ou trabalho na hora de dirigir. Sempre fazer algo para ativar os neurônios, porque isso irá desenvolver a memória, cognição e atenção”, acrescenta Eliny.
Atenção Primária
Com a finalidade de promover a educação continuada para os profissionais de saúde da Atenção Primária, a Semsa irá realizar uma webconferência, na próxima quarta-feira, 14/9, com o tema “Conversando sobre a Doença de Alzheimer e a importância do suporte familiar”.
A atividade integra a programação do Diálogos na Atenção Primária à Saúde (APS), e será realizada de 14h às 15h30, com acesso por meio do link: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/esap-semsa. Os palestrantes serão a chefe do Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso da Semsa, Maria Eliny Rocha, a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer – Regional Amazonas, Cláudia Bandeira, e a secretária adjunta da Associação Brasileira de Alzheimer, Georgina Sarkis.
A secretária Shádia Fraxe lembra os usuários que os profissionais da Atenção Primária podem identificar uma suspeita da doença, por meio da avaliação multidimensional ou ficha de anamnese.
A partir daí, as unidades encaminham o paciente para a média complexidade, pois quem dá o diagnóstico da doença de Alzheimer são profissionais de neurologia, geriatria e psiquiatria. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) também acompanham o desenvolvimento dos pacientes com as visitas de rotina.