O presidente Jair Bolsonaro (PL) reeditou, nesta quinta-feira (1º/9), uma polêmica envolvendo uma notícia falsa sobre a distribuição de livros com “crianças simulando sexo” em escolas públicas do país durante governos anteriores. A fala ocorreu durante participação do mandatário do país à sabatina na Rede TV!.
Na oportunidade, o presidente comentava propostas para a área da educação em um eventual segundo mandato.
“Ficamos dois anos parados nessa questão [da educação]. A educação é um transatlântico. Você não tem como dar um cavalo de pau nela. Tem que tirar esse método Paulo Freire de lá, que não levou o Brasil a lugar nenhum. Pelo contrário, viramos em grande parte fábrica de militantes”, disse.
Na sequência, o presidente criticou as edições passadas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – oportunidade em que voltou a mencionar o livro Aparelho Sexual e Cia, de autoria do escritor suíço Zep e da francesa Héléne Bruller. A obra já havia sido mencionada pelo presidente em vídeo publicado em 2016.
“Nós, depois de três anos, as provas do Enem serão nossas. Tínhamos que usar dados de governos anteriores. Você pega livros escolares; o pai pode ficar tranquilo que não tem nada tentando levar para a ideologia de gênero. Tínhamos livros absurdos simulando crianças fazendo sexo”, completou, acrescentando que “deturparam o ensino via ideologia de gênero”.
Mesmo com a insistência de Bolsonaro no assunto, não há qualquer evidência de que os livros em questão tenham sido distribuídos nas escolas da rede pública de ensino.
Ainda em 2016, o Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não recomendava o livro e que não havia adquirido exemplares da obra. Os exemplares só podiam ser encontradas à venda nas livrarias.