A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) denuncia que garimpeiros armados assediaram servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) na terra indígena Vale do Javari, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados há cerca de 40 dias.
Dois homens armados teriam indo à Base de Proteção Etnoambiental (Bape) da Funai, no rio Jandiatuba, e perguntaram quantos funcionários trabalhavam no local. A intenção deles, segundo nota da Unijava, era assediar os servidores.
Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposaTwitter/Reprodução
“Uma das principais atribuições dos servidores da Funai na Base Jandiatuba é a proteção da terra indígena para assegurar a integridade física e territorial dos grupos indígenas isolados que vivem nos rios Jandiatuba e Jutaí”, explica a associação. A Unijava também denunciou que autoridades brasileiras ainda não se conscientizaram sobre as seguidas invasões no Vale do Javari, mesmo após a morte de Dom Phillips e Bruno Pereira.
Em rede social, a Unijava divulgou ainda registros da presença de garimpeiros no rio Jandiatuba.
Entre 24 de fevereiro e 18 de março deste ano, foram identificadas 19 balsas de garimpo em atividade no local, com “movimentação logística saindo do município de São Paulo de Olivença (AM), e pontos de retirada de madeira para a construção das balsas próximos da localidade dos indígenas isolados”.
As pessoas que operavam essas balsas portavam armas de fogo calibre 16 e 12, segundo o relatório da Unijava.
*Com informações metrópoles