O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a avaliar os avanços e os retrocessos da Agenda 2030 da ONU, com o lançamento do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR).
Trata-se de uma ferramenta que reúne indicadores e dados dos 5.570 municípios brasileiros. Por meio dela, é possível identificar as virtudes e as fragilidades do ente no cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Segundo o diretor do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, o índice possibilita uma visão geral e integrada das cidades brasileiras em cada um dos objetivos. A ferramenta também conta com mapa interativo, análise individual de cada município e um ranking entre cidades, estados e regiões em relação ao nível de desenvolvimento sustentável.
“É importante que o país tenha indicadores atualizados. Nós conseguimos criar o índice que desenvolveu um olhar para as cidades, criou um ranking e nós conseguimos ver as cidades em cinco diferentes níveis, que vão de muito baixo desenvolvimento sustentável até muito alto desenvolvimento sustentável. Se conseguirmos avançar com essa agenda nas cidades, também vamos estar avançando o país”, destaca.
Até o momento, a cidade que teve a melhor performance dentro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU foi São Caetano do Sul, localizado na região metropolitana de São Paulo, que atingiu 65,62 pontos na soma de todos os critérios. O município tem cerca de 162.763 habitantes e conta com um PIB per capita de R$ 85.062,97.
Já a última posição do ranking é ocupada pelo município paraense de Santana do Araguaia, com 30,10 pontos. Situado no extremo sul do estado, a cidade tem 75.995 habitantes e um PIB per capita de R$ 14.228,20.
A apresentação do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) foi feita no último dia 8 de julho, em São Paulo (SP), durante a abertura da primeira edição do Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades.
Na ocasião, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales, defendeu que as Universidades e Institutos de Pesquisa podem contribuir para o alcance de bons índices sustentáveis.
“O desafio que coloco para os prefeitos, com apoio do MCTI, é que coloquemos as Universidades e Institutos de Pesquisa à disposição dos municípios, para que todos esses índices sejam superados. Aqueles que não estão bem, que superem esses desafios com a melhor ciência disponível no país”, considera.
Em busca do desenvolvimento sustentável
O objetivo da ferramenta é estimular o cumprimento da Agenda 2030. O índice também é apontado como uma oportunidade para as cidades se envolverem mais com a agenda global de desenvolvimento sustentável. Outro intuito é conscientizar a população sobre a temática.
A ferramenta foi criada por meio de um trabalho conjunto entre o Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) e a SDSN (UN Sustainable Development Solution Network).
A iniciativa foi estabelecida dentro da própria ONU para mobilizar conhecimentos técnicos e científicos no apoio de soluções em escalas locais, nacionais e globais.
O trabalho conta, ainda, com o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e financiamento do Projeto CITinova.
Fonte: Brasil 61