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Servidores da Funai fazem paralisação na área onde Dom e Bruno foram mortos

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Servidores da Funai

Manaus/AM – Depois de encaminhar ofícios ao Ministério da Justiça e à direção da Fundação Nacional do Índio (Funai) pedindo providências imediatas e uma força tarefa para os municípios do Alto Rio Solimões, com o objetivo de reforçar a segurança pública, garantindo a vida e a integridade física dos servidores, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM) anunciou a deflagração de uma paralisação por 72 horas, a partir da próxima quinta-feira (14).

Um edital publicado pelo sindicato comunica a paralisação visando pressionar o governo federal para o cumprimento das exigências feitas pelos trabalhadores, que têm sido alvos de constantes ataques e continuam sem contar com a segurança adequada.

A convocação de greve é voltada para as Coordenações Regionais (CR) da Funai em Atalaia do Norte (Vale do Javari) e no Alto Solimões. Em ambas as unidades, a escalada de insegurança e risco de morte para os servidores tem se acentuado nos últimos meses, embora o problema seja histórico na região. 
Na CR-VJ, os servidores trabalham de portas fechadas desde o início do mês, após a invasão de uma área restrita da sede por dois colombianos não identificados.

O sindicato informa ter se unido a entidades de indigenistas e indígenas para exigir que a Funai garanta condições de trabalho nas localidades, além de atendimento psicológico em face de todos os recentes acontecimentos envolvendo a categoria, como o assassinato do servidor licenciado Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

Além de acompanhar com atenção os desdobramentos dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, o Sindisep informa ter solicitado, via ofício, ao ministro da justiça, Anderson Torres, gestão nas bases da Fundação Nacional do Índio (Funai), após sucessivas ameaças aos servidores.

Também serão enviadas cópias do documento aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados e senadores no Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério da Casa Civil.

Os servidores da Funai no município de Atalaia do Norte (AM), Vale do Javari, trabalham de portas fechadas desde a última segunda-feira (4), após, no dia 1 de julho, uma área restrita do órgão foi invadida por dois colombianos que perguntaram a uma servidora como Dom Phillips foi morto, além de pedirem mapas da terra indígena.

“Eles estão só com trabalho interno, suspenderam os atendimentos externos e estão com medo. Os colombianos que foram lá não quiseram dizer o motivo da ‘visita’ e nem se identificaram. Não tem qualquer segurança por lá, seja por agentes para proteção do espaço ou ao menos uma câmera”, afirma o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos.

O pedido de segurança e proteção não se limita à coordenação regional da Funai no Vale do Javari, pois as ameaças aos trabalhadores se estendem também a outras unidades do órgão no Estado.

No ofício, o Sindsep-AM pede providências imediatas e solicita, diante da situação considerada gravíssima, “uma força tarefa para os municípios do alto Rio Solimões, com o intuito de reforçar a segurança pública, garantindo a vida e a integridade física dos servidores”.

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