O deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade) afirmou, em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quinta-feira, 26, que o governo do estado não respeita os servidores públicos uma vez que não paga as progressões salariais de escrivães e investigadores da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). O parlamentar lembrou que o Executivo estadual bateu recordes de arrecadação, mas destacou que falta gestão.
“Há uma farra na terceirização de mão de obra para serviços administrativos para contratação de cabos eleitorais no governo e isso faz com que comprometa o pagamento desses servidores que precisam recorrer à justiça.Não há desculpa de que não tem dinheiro. O governo bateu todos os recordes de arrecadação e tem a obrigação de fazer o pagamento. A progressão não é um favor, é uma obrigação que o governo tem que cumprir. Não é problema de recursos, mas falta de gestão e compromisso”, ressalta.
A categoria ocupou as galerias da Aleam em protesto por melhores salários. Segundo dados da Secretaria de Fazenda (Sefaz), o Amazonas arrecadou R$ 1,9 bilhão a mais em impostos no primeiro trimestre de 2022, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Policial não valorizado
Na avaliação de Ricardo Nicolau, os policiais civis e militares não possuem, atualmente, estrutura e equipamentos suficientes para o combate ao crime.
“As polícias do Amazonas estão atuando no combate aos diferentes tipos de crime, mas isso não é uma tarefa fácil quando o Estado ainda prefere fazer segurança pública com zero tecnologia”, enfatiza.
Caos na segurança
O Amazonas vive uma onda de violência, como por exemplo, no crescimento de 54% no índice de mortes violentas em 2021, se comparado com dados no ano anterior, segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) enviados ao Monitor da Violência do portal de notícias G1. O deputado lembrou que o Amazonas gastou, nos últimos três anos, quase R$ 6 bilhões na segurança e, mesmo assim, os números da violência na capital e no interior aumentaram.
“O Amazonas é o único estado do Brasil a ter aumento de 54% no índice de mortes violentas. Fazem segurança como se fazia há cem anos, com zero tecnologia. O governo não tem gestão eficiente e isso inclui a segurança pública. Não podemos aceitar isso. É preciso fazer funcionar”, finaliza.