Enquanto o governo federal precisa congelar recursos para bancar as despesas previstas no orçamento da União para este ano, estados acumularam, até o fim do primeiro bimestre deste ano, R$ 319,8 bilhões para gastar. As informações são do jornal O Globo.
Os números constam em um levantamento da economista Vilma Pinto, da Instituição Fiscal Independente (IFI). A pesquisa também mostra que os municípios contavam com R$ 185,7 bilhões no mesmo período.
Parte desse montante é “carimbada”, ou seja, deve ser usada apenas com gastos voltados às áreas de saúde e educação. Outra parte, no entanto, é usada para obras, reajustes e programas – estratégia usada por políticos em ano de eleição.
Conforme explicou Vilma Pinto ao O Globo, as verbas são provenientes da transferência de recursos federais durante a pandemia de coronavírus, a alta da inflação, e o aumento da arrecadação dos estados.
Em 2021, os estados arrecadaram R$ 652,42 bilhões com o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS), sendo que R$ 178,9 bilhões saíram da tributação de energia e combustíveis.
De acordo com a reportagem, em 2014, também ano eleitoral, os estados fecharam o ano com R$ 130,3 bilhões disponíveis em caixa. Em 2018, outro ano eleitoral, foi de R$ 116 bilhões. Os valores foram corrigidos pela inflação.
São Paulo é o estado com mais recursos
O estado de São Paulo é o que tem mais dinheiro em caixa, cerca de R$ 78 bilhões. O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), vai tentar a reeleição no pleito de outubro. Atualmente, sua gestão tem muitas obras em andamento. Há, por exemplo, quatro obras nas linhas do metrô do estado, com previsão de entrega até 2026 e custo de R$ 36,4 bilhões.
No Rio de Janeiro, governado por Claudio Castro (PL), que também tenta a reeleição, há obras de longo prazo, como a nova sede do Museu da Imagem e do Som, na Praia de Copacabana. Já foram investidos R$ 79 milhões na empreitada. O teleférico do Alemão também será recuperado e os recursos destinados para as obras somam R$ 166,9 milhões.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), outro que busca a reeleição, tem investimento programado de R$ 450 milhões em obras para implantação de novas redes de energia.
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) também busca a reeleição ao cargo. Uma obra de destaque é a construção de um túnel na região administrativa de Taguatinga, no valor de R$ 275 milhões.
Em Goiás, estão sendo investidos R$ 409 milhões em estradas e quase RS$ 600 milhões em saneamento. O governador do estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), também vai disputar a reeleição no pleito de outubro.