Nesta terça-feira (17/05), é Dia Mundial da Hipertensão Arterial e a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para os riscos e os cuidados para prevenção da doença, que afeta principalmente órgãos nobres como coração, rins e cérebros. A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, ocorre quando a medição da pressão arterial se mantém acima de 140 por 90 mmHg.
Segundo o cardiologista clínico Abraão Nobre, que atua na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes, unidade da SES-AM, a hipertensão é uma das principais causas de mortalidade cardiovascular, podendo estar associada a outras doenças, como diabetes, obesidade, síndrome metabólica, e a hábitos nocivos, como o sedentarismo, alimentação não saudável e tabagismo.
“A hipertensão, de um modo geral, em 90% dos pacientes é chamada hipertensão essencial. Por quê? Significa primária porque não se conhece a causa exata”, afirma o especialista. “Não que necessariamente seja um único gene que você tenha no seu genoma para adquirir hipertensão, é uma doença familiar ou multigênica”.
Os fatores que causam o desenvolvimento da hipertensão podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Entre os fatores modificáveis estão o sedentarismo, ocasionado pela falta de atividade física, e a má alimentação com consumo inadequado de sal e açúcares. Já os não modificáveis são sexo, idade e herança genética, que determinam a pré-disposição ao desenvolvimento da doença.
O cardiologista citou ainda outras condições que podem levar ao quadro de hipertenso. “Com relação a hipertensão, 10% possuem uma causa em potencial, por exemplo, uma doença renal, feocromocitomas, que é uma doença rara, sendo chamada de hipertensão lateral secundária. O inchaço nos pés junto com a hipertensão, durante a gravidez, pode ser pré-eclâmpsia. Esta, quando associada com convulsões, é a eclâmpsia”.
Diagnóstico
O aparelho de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (Mapa) é um dispositivo automático, responsável por várias medições da pressão ao longo do dia. No exame é realizado o mapeamento da pressão no paciente, essencial para o diagnóstico da doença.
“Outro intuito do Mapa é para o paciente, já em vigência de tratamento, que queira otimizar e aumentar ou reduzir os intervalos (da medicação). Por exemplo, um paciente que usa 100mg em determinados remédios pela manhã, e a pressão dele vai estar alta à noite. A gente tem que fazer um mapeamento de 24 horas para melhor indicar o uso de um ou vários medicamentos para o tratamento da hipertensão arterial”, reforça o cardiologista.
Assistência
O tratamento da hipertensão é realizado com o uso de medicamentos receitados para cada paciente, o que reforça a importância da consulta e do acompanhamento com um profissional especialista.
O cardiologista explica que o tratamento é realizado em três passos simultâneos: medicação, alteração do estilo de vida e exercício físico.
“Sem um deles, o tripé não funciona. O paciente tem que tomar a medicação regularmente e fazer reavaliação periódica, que pode ser feita pelo médico generalista ou pelo cardiologista, dependendo da gravidade do caso. O tratamento é como se fosse personalizado. O paciente pode ter a mesma idade, o mesmo peso e outras comorbidades. O metabolismo do nosso corpo e a responsividade ao tratamento medicamentoso variam muito, não sendo ‘um valor automático’, nem receita de bolo”, destacou.
Fluxo de atendimento
O tratamento deve ser iniciado com o primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após essa primeira avaliação médica, caso seja necessário acompanhamento especializado, o paciente será encaminhado para uma unidade da rede pública secundária.