O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu início a mais uma rodada de testes no sistema que será usado no pleito de outubro. Especialistas em tecnologia tentarão burlar as urnas eletrônicas. É mais uma forma de a Justiça Eleitoral comprovar a segurança do processo de votação.
Em meio a sucessivas críticas ao sistema eleitoral, o TSE reafirmou, nesta quarta-feira (11/5), a segurança da votação brasileira. “Nenhum dos planos de teste até agora conseguiu alterar destino do voto ou o sigilo”, garantiu Sandro Nunes Silveira, representante do tribunal.
A dinâmica dos testes, segundo a Corte Eleitoral, depende do trabalho dos investigadores, e o TSE não interfere. “Eles fazem o plano de trabalho de acordo com a intenção e fazem o passo a passo que determinaram. Todo o trabalho é exercido com autonomia pelos investigadores”, explicou Sandro.
O teste ocorre em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral. O chefe do Palácio do Planalto foi eleito, em 2018, com o mesmo sistema. Todavia, ele passou a levantar suspeitas da confiabilidade das urnas e a questionar o sistema eleitoral. As falas geraram um desgaste entre o Executivo e a justiça eleitoral, com massivas trocas de acusações.
Testes rotineiros
O TSE garantiu que executa testes rotineiramente e adiantou, sem detalhar, que fez alterações na urna para impedir que qualquer dispositivo seja acoplado às urnas. A previsão é que o resultado dos testes seja divulgado na próxima sexta-feira (13/5).
“Temos uma série de relatórios e faz uma série de conclusões. Temos até julho para fazermos melhorias e lacrarmos o sistema”, apontou o representante.
O modelo que será sado é o implantado em de 2015 e que passou por um aperfeiçoamento em 2020, data das últimas eleições municipais. O teste de agora, segundo o TSE, é mais uma baliza de confiabilidade. “Temos a convicção da segurança”, conclui Sandro. A nova rodada de testes complementa e corrigi falhas identificada na última avalaiação, em novembro de 2021.
Ao todo, 26 investigadores começaram a executar planos de ataques ao sistema para testar as barreira de segurança. Os investigadores tiveram acesso aos componentes internos e externos do sistema da urna, como os usados na geração de mídias, votação, apuração, transmissão e recebimento de arquivos.
Crise
Em meio à crise entre o Executivo e a Justiça Eleitoral, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, tornou públicas, na segunda-feira (9/5), respostas sobre questionamentos das Forças Armadas sobre o processo eleitoral.
No texto, técnicos da Corte eleitoral rebateram três teses, formuladas pelos militares, sobre eventuais problemas de capacidade de auditagem das urnas e de segurança do processo.
O tribunal também assinalaram que outras quatro sugestões já são utilizadas no processo eleitoral e, portanto, estão contempladas no próximo pleito.