A segunda edição da Jornada da Leitura no Cárcere, iniciativa do Observatório do Livro, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que visa fomentar boas práticas de leitura e escrita para o público privado de liberdade do sistema prisional brasileiro, chegou ao fim, nesta quinta-feira (23/09). A Secretaria de Estado Penitenciária (Seap), por meio da biblioteca da Escola de Administração Penitenciária (Esap), intermediou a participação de 36 colaboradores e 130 reeducandos de Manaus.
A edição, on-line, transmitida gratuitamente pelo canal do CNJ no Youtube, teve duração de três dias. Na ocasião, os participantes assistiram rodas de conversas, palestras e debates com escritores e especialistas de todo o país, sobre temas relacionados às práticas de leitura no ambiente carcerário, a importância das bibliotecas prisionais, a leitura e a escrita como meio de remição de pena e inclusão social.
De acordo com a bibliotecária da Esap, Andréa Melo, o encontro foi fundamental para motivar e abrir a mente dos reeducandos. “Em certo momento, eles puderam ver relatos de internos de outros estados que escreveram livros sobre a história de suas vidas no cárcere. Muitos demonstraram interesse em realizar algo assim, e isso nos encoraja a investir ainda mais em ações voltadas para a leitura e a escrita”.
Remição pela Leitura
Uma dessas ações são as oficinas de textos e poemas realizadas pela equipe pedagógica e social das unidades prisionais. O projeto de Remição pela Leitura, onde os internos têm acesso a obras literárias, também estimula a ressocialização e o crescimento intelecto-social dos privados de liberdade, bem como possibilita a remição de quatro dias da pena a cada leitura trabalhada. Atualmente, 908 apenados estão inscritos no projeto que integra o programa “Conhecimento que Liberta”.