O prefeito de Tabatinga, Saul Nunes Bemerguy, vai retornar ao cargo de chefe do executivo municipal após ser afastado pela justiça por suspeita de participação no esquema de fraudes em licitações da prefeitura. A decisão foi da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
Saul foi afastado em julho deste ano na Operação Magüta, que apura fraudes em contratos de licitação, no âmbito da Prefeitura Municipal de Tabatinga, por meio da captação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para realizar construção de escolas e creches públicas já inauguradas, mas com matérias de qualidade precária. O desvio apontado nas investigações é de cerca de R$ 19 milhões.
A desembargadora citou que, em nove meses de investigação, não foram encontradas provas para justificar o o afastamento do prefeito. Ela também declarou que o afastamento de ocupante de cargo eletivo é medida de caráter excepcional, que deve se adotada com extrema cautela, pois, muitas vezes, pode provocar reflexos negativos na vida política local.
Quem esteve a frente do município nesse período foi vice-prefeito Plínio Cruz, ele foi elogiado por Saul nas redes socais: “Quero enfatizar que confio na Justiça, assim, segui firme obedecendo todas as orientações jurídicas e colaborando da forma mais precisa. Aproveito para agradecer ao vice-prefeito, Plínio Cruz, pelo período à frente do executivo, secretários, correligionários, aliados, bem como agradecer o apoio de todo povo de Tabatinga e a todos que oraram e torceram para que tudo se resolvesse”, diz a publicação.
A decisão que determinou o afastamento de Saul e de outros 11 servidores públicos de Tabatinga por três meses foi proferida em dezembro de 2020, mas a Polícia Federal só cumpriu as medidas em julho deste ano, ou seja, após sete meses. Os investigados foram proibidos de frequentar repartições públicas em Tabatinga, Manaus e Benjamin Constant, que tem como prefeito, David Nunes Bemerguy, irmão de Saul.