A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar se membros da seleção argentina de futebol cometeram crime de falsidade ideológica no fornecimento de informações para burlar as regras de quarentena brasileira adotadas durante a pandemia de Covid-19.
Agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interromperam, no último domingo (5), a partida entre Brasil e Argentina, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Segundo a agência, quatro jogadores da Argentina teriam burlado as regras de quarentena brasileira.
Os atletas Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero estavam no estádio mesmo depois de um alerta da Anvisa. Três deles, inclusive, estavam em campo, como titulares.
Portaria determina quarentena
O governo publicou no dia 23 de junho uma portaria no Diário Oficial da União com mudanças nas restrições para a entrada de estrangeiros por via aérea provenientes do Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e da Índia. A decisão foi um reflexo do avanço da variante Delta do novo coronavírus pelo mundo.
De acordo com as novas regras, ficou vedada a entrada no país de qualquer estrangeiro procedente ou com passagem pelo Reino Unido sem antes passar por uma quarentena de 14 dias.
Martinez, Buendia, Lo Celso e Romero atuam no futebol inglês, e estiveram presentes no compromisso de suas equipes entre 28 e 29 de agosto, o que impossibilita que tenham conseguido fazer a quarentena.
Conforme informou a analista de política da CNN Basília Rodrigues, um relatório produzido por autoridades sanitárias de São Paulo, com informações da Anvisa, revela que um representante da Associação de Futebol Argentino (AFA) chamado Fernando Ariel foi quem preencheu os dados falsos sobre o histórico de viagem dos jogadores argentinos.
O histórico de viagens dos atletas informa apenas que eles chegaram a São Paulo em um voo da Venezuela, sem citar o Reino Unido.
A CNN questionou Nicolás Novello, gerente de comunicação da AFA, sobre o envolvimento de Fernando Ariel Batista na falsificação dos documentos dos jogadores. Segundo ele, é impossível que Batista tenha participado do ocorrido.
“Ele [Fernando Batista] é o treinador do sub-23 e sequer viajou com a gente”, disse. “Nós não temos nada o que comentar. A comissão disciplinária da Fifa é quem vai decidir”, completou.
(*Com informações de Evandro Furoni, da CNN)