O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) denunciou ontem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por campanha eleitoral antecipada. Um dos itens citados na denúncia é o vídeo que mostra a produção em série de bonés com tecido camuflado, imitando o padrão das Forças Armadas, e com o nome “Bolsonaro” escrito em amarelo.
Os itens seriam destinados aos participantes das manifestações governistas de 7 de setembro. O vídeo mostrando a fabricação dos bonés foi produzido originalmente para o TikTok, mas circula em outras redes sociais, especialmente nos grupos bolsonaristas de WhatsApp. A trilha sonora da gravação é uma versão da música “Baile de favela”.
No ofício endereçado ao ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, Alessandro Vieira cita a produção dos itens especialmente para o dia 7, “personalizando as comemorações da independência do Brasil e conclamando a ampla participação da população para referido ato com nítido caráter eleitoral”.
Além da fabricação dos bonés, o senador cita outras oportunidades em que o presidente fez propaganda eleitoral antecipada:
– A cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural, promovida em Marabá (PA), em 18/06/21, em que o presidente exibiu camiseta com os dizeres “É melhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022”;
– A viagem a Manaus (AM), em abril, em que o ele posou para foto ao lado de apoiadores, segurando banner com os dizeres “Direita Amazonas
– Presidente – Bolsonaro 2022″; – A transmissão da live sobre alegada fraude nas urnas eletrônicas e voto impresso na TV Brasil, emissora estatal.
– As menções negativas a potenciais adversários políticos no pleito de 2022 em diversas ocasiões, a exemplo de cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural em Açailândia (MA), em maio deste ano.
“Essa deterioração da agenda presidencial, que abandonou as responsabilidades da gestão e entrou em um processo de campanha eleitoral contínua, é muito grave”, disse Alessandro Vieira à coluna. “Isso exige uma manifestação firme do Ministério Público e da Justiça Eleitoral”.
*Com informações da UOL