A CPI da Covid-19 decidiu, na noite desta segunda-feira (30/8), cancelar o depoimento de Ivanildo Gonçalves da Silva, motoboy da VTClog, marcado para esta terça (31). No lugar dele, os senadores que comandam o colegiado decidiram ouvir a diretora-presidente da empresa, Andréia Lima.

A desistência por ouvir o motoboy decorre após decisão liminar proferida pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou ao depoente faltar à sessão ou, caso decidisse comparecer, optar por ficar em silêncio durante os questionamentos.

Temendo que a oitiva fosse pouco produtiva, os parlamentares decidiram por cancelá-la para ouvir outra pessoa no lugar. A decisão foi tomada em reunião entre os senadores do G7 por volta das 21h30.

A presidente da empresa está ciente da remarcação do depoimento. Na notificação, obtida pelo Metrópoles, os senadores argumentam que, em petição encaminhada pela própria depoente ao colegiado, a empresária se colocou à disposição para prestar esclarecimentos e afirmou ter “plena disponibilidade” para que a oitiva ocorra “em qualquer hora ou data que venha a ser designada”.

Valores supeitos

A VTClog entrou no radar da CPI após os senadores desconfiarem dos valores movimentados pela companhia e pelo Ministério da Saúde.

O nome da empresa apareceu pela primeira vez quando os parlamentares decidiram investigar os contratos entre a pasta e colaboradores, após as irregularidades que envolveram as tratativas pela venda da vacina indiana Covaxin.

Diante dos indícios de ilicitudes na contratação da companhia, eles solicitaram um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações suspeitas na ordem de R$ 117 milhões.