Na última semana, o Brasil distribuiu 10,2 milhões de vacinas contra a Covid-19 para reforçar a imunização em todo o País. Foram entregues 4,8 milhões de doses da AstraZeneca, 3,3 milhões de Coronavac e 2,1 milhões de vacinas da Pfizer. Com a distribuição, o País chega a mais de 174 milhões de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a pasta, a estratégia de distribuição das vacinas é definida semanalmente entre União, estados e municípios, quando é traçada a estratégia de vacinação, o público alvo, o percentual para primeira e segunda dose e quantitativo para cada estado.
Segundo o médico sanitarista e ex-coordenador do Plano Nacional de Imunização (PNI), Gonzalo Vecina, o País conta com três grandes centros de armazenamento nos aeroportos de Viracopos, Cumbica e no Galeão. “O primeiro passo (da distribuição), geralmente, é por via aérea e, depois disso, quando chega aos estados, é responsabilidade deles encaminhar até os municípios. Então, estados grandes em população geralmente tem sub-armazéns e onde ficam essas doses antes de chegarem aos municípios”, explicou.
Enquanto estão no Centro de Distribuição, as vacinas passam por um processo de triagem e rotulagem, no menor tempo possível. Quando a estratégia é definida e as doses são liberadas para distribuição, a operação logística é montada e os lotes chegam aos estados em até 48 horas, que repassam aos municípios.
Os gestores locais devem seguir o que é recomendado no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), para garantir a cobertura vacinal de todos os grupos.
Gonzalo Vecina destacou a importância de manter as condições de temperatura durante esse processo de distribuição. “É uma logística que precisa ser muito bem preparada, para não perder tempo com medicamentos parados em estoque esperando a chegada de um avião ou de caminhões que vão fazer o transporte das vacinas”, disse.
Diante do contexto mundial, a remessa distribuída na última semana representa um grande montante que poderia vacinar toda a população de países como a Grécia ou Portugal, que tem cerca de 10 milhões de habitantes. Até agora, o Brasil já distribuiu mais de 176,5 milhões de doses para todo o país, 47,64% da população maior de 18 anos já recebeu a primeira dose do imunizante e 19,59% concluiu a imunização com as duas doses ou com dose única.
A distribuição para estados e municípios leva em consideração o quantitativo de doses disponibilizadas pelos laboratórios que fabricam os imunizantes a cada semana e segue critérios populacionais, além do percentual de doses enviadas que já foram aplicadas
Terceirização da distribuição
Milhares de pessoas fazem parte da logística de distribuição, que atualmente é administrada por uma empresa privada, a VTCLog, do grupo Voetur. Anteriormente, era o Ministério da Saúde quem realizava esta tarefa, mas desde 2019 o processo foi terceirizado por meio de uma licitação.
Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a logística de distribuição não é uma competência da agência. Já o Ministério da Saúde informou que está sem agenda com porta-voz para repercutir o assunto no momento e esclareceu que não há atrasos na distribuição de vacinas.
Confira a nota no MS na íntegra:
Agradecemos o convite, mas infelizmente estamos sem agenda no momento.
O Ministério da Saúde informa que está distribuindo, nesta semana, mais de 10,2 milhões de doses da vacina Covid-19 para todos os estados e Distrito Federal. Até agora, a pasta já distribuiu mais de 176,5 milhões de doses para todo o país. Cabe ressaltar que os estados são responsáveis pela distribuição das doses aos municípios.
É importante esclarecer que não há atrasos na distribuição de vacinas. Para concretizar o envio semanal de doses, a pasta coordena uma reunião tripartite, entre União, estados e municípios, quando é definida a estratégia de vacinação, o público alvo, o percentual para primeira e segunda dose e quantitativo para cada estado. Enquanto isso, as vacinas passam por um processo de triagem e rotulagem no Centro de Distribuição da pasta, no menor tempo possível. Quando a estratégia é definida e as doses são liberadas para distribuição, a operação logística é montada e os lotes chegam aos estados em até 48 horas.