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Desaprovação de Lula dispara após escândalo no INSS

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A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disparou após a revelação do escândalo da fraude dos descontos associativos irregulares de aposentados e pensionistas do INSS. Duas pesquisas divulgadas nesta terça (3) e quarta (4) mostram que a avaliação negativa do petista segue aumentando acima da aprovação.

Os levantamentos realizados pelo Poder360 e pela Quaest mostram uma desaprovação de 56% e 57%, respectivamente, enquanto que Lula é aprovado por apenas 39% e 40% dos entrevistados.

A pesquisa do Poder360 foi realizada entre os dias 31 de maio e 2 de junho com 2,5 mil pessoas em 218 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais com grau de confiança de 95%. Já a da Quaest foi realizada entre os dias 29 de maio e 1º de junho com 2.004 pessoas em 120 cidades. A margem de erro também é de 2 pontos percentuais com grau de confiança de 95%.

Em ambas as pesquisas, a tendência de alta na desaprovação vem pelo menos desde julho do ano passado, quando ainda era menor que a aprovação. No entanto, começou a se elevar até ultrapassar a avaliação positiva nos últimos meses de 2024 até culminar em janeiro, mês em que Lula demitiu o então ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), para contratar o publicitário Sidônio Palmeira e tentar reverter a queda da popularidade.

Entre os principais temas recentes que atingiram em cheio a popularidade do presidente Lula estão o monitoramento do PIX, no começo deste ano, e a fraude de descontos irregulares nos pagamentos a aposentados e pensionistas do INSS, que pode ter lesado 9 milhões de pessoas a um custo estimado de R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões. Este é o tema mais citado (10%) pelos ouvidos pela Quaest, seguido pela corrupção (9%) e pelo aumento dos preços e inflação (9%).

O governo Lula é apontado pelos entrevistados como o principal responsável pela fraude (31%), seguindo pelo próprio INSS (14%) e as entidades que fraudaram as assinaturas dos aposentados (8%). Outros 8% culpam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado pelo governo como o responsável pela disparada da quantidade de entidades irregulares, e 1% os próprios aposentados que não conferiram os descontos antes.

Para 52% dos entrevistados, o dinheiro a ser devolvido às vítimas da fraude deveria ser apenas dos bens bloqueados das entidades investigadas, enquanto que 41% acreditam que os recursos devem vir também dos cofres públicos.

Quem desaprova Lula no país

Segundo o levantamento da Quaest, publicado nesta quarta (4), a desaprovação a Lula é disparada nas regiões Sudeste (64%), Sul (62%) e Centro-Oeste/Norte (55%), enquanto que no Nordeste é menor (44%) que a aprovação (54%).

Nas demais regiões, a aprovação de Lula segue em tendência de queda no Sudeste (32%) e no Centro-Oeste/Norte (42%), enquanto que no Sul ensaia uma recuperação (37%).

Ainda segundo a Quaest, a desaprovação a Lula é maior entre os homens (59%), dos 16 aos 34 anos (60%), com ensino superior completo (64%), com ganhos de mais de 5 salários mínimos (61%), evangélicos (66%) e não beneficiários do Bolsa Família (61%).

No apanhado geral da pesquisa, a Quaest aponta um aumento do distanciamento entre as avaliações negativa e positiva de Lula:

Para 56% dos entrevistados, este terceiro mandato de Lula está pior que os anteriores, e apenas 20% veem um desempenho melhor. Na comparação com a gestão de Bolsonaro, 44% acreditam que está pior, 40% melhor e 13% igual.

Já 45% dos ouvidos pela Quaest demonstraram uma frustração do que esperavam desta terceira gestão, contra 36% sem expectativa e 16% melhor.

Brasil no caminho errado

A desaprovação a Lula também reflete no senso de condução do país, em que a maioria vê estar na direção errada (61%), contra apenas 32% de certa. Segundo a Quaest, 48% acreditam que Lula não é bem intencionado no governo, e 46% acreditam que sim:

  • 70% veem que Lula não tem conseguido cumprir as promessas de campanha;
  • 25% veem que sim.

Metade dos entrevistados pelo instituto (50%) afirmam ter visto mais notícias negativas do que positivas (19%) do governo, com destaque principalmente para a fraude no INSS:

Além destas notícias, os entrevistados afirmam que a violência (30%) é a maior preocupação atualmente, em uma escalada que vem desde dezembro e hoje lidera a lista de problemas. Isso escancara a necessidade de políticas públicas mais rígidas contra a criminalidade:

  • Violência: 30%;
  • Questões sociais: 22%;
  • Economia: 19%;
  • Corrupção: 13%;
  • Saúde: 10%;
  • Educação: 6%.

Por outro lado, os brasileiros demonstraram um início de otimismo com as questões econômicas, com queda nos números de percepção do andamento das finanças do país nos últimos meses e otimismo para os próximos:

  • 48% acreditam que a economia piorou nos últimos 12 meses (eram 56%);
  • 79% acreditam que o preço dos alimentos subiu no último mês (eram 88%);
  • 54% acreditam que o preço da gasolina subiu no último mês (eram 70%);
  • 60% acreditam que a conta de luz subiu no último mês (eram 65%);
  • 79% acreditam que o poder de compra é menor hoje (eram 81%);
  • 35% acreditam que a qualidade de vida da família piorou nos últimos dois anos (eram 39%);
  • 30% acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses (eram 34%);
  • 45% acreditam que vai melhorar (eram 44%).
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