O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira, 3, para mais uma viagem internacional, desta vez rumo à França, onde ficará até o dia 9 de junho. A visita, segundo o governo, é para “estreitar relações” com o país europeu.
A passagem de Lula pela França será sua segunda visita ao país desde que o petista assumiu a Presidência, em 2023, e ocorre em meio a crises internas que vão da estagnação econômica às crescentes tensões institucionais com o Judiciário.
Na França, o petista vai realizar uma agenda a eventos simbólicos, como receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Paris 8 e uma homenagem da Academia Francesa, entidade que, nos últimos 400 anos, homenageou apenas 19 chefes de Estado, incluindo Dom Pedro II.
Agenda de Lula em Paris
A viagem começa com honrarias militares no pátio do Hôtel des Invalides, segue com um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu e culmina com a assinatura de uma série de atos bilaterais.
Segundo informações do Itamaraty, os temas incluem cooperação em defesa, meio ambiente, saúde, educação e, claro, mudanças climáticas — bandeira prioritária do petismo.
Não faltam termos como “multilateralismo”, “governança global” e “transição energética” no roteiro. Lula também participa do Fórum Econômico Brasil−França e de eventos sobre a “economia azul” e conservação dos oceanos.
Lula e Macron também vão visitar a base naval no sul da França, como parte da “parceria estratégica” que envolve acordos bilionários em defesa, como o Prosub, de construção de submarinos.
Em Paris, Lula ainda participa da abertura da 3ª Conferência da ONU sobre os Oceanos, ao lado do primeiro-ministro da Grécia, Kyriákos Mitsotákis. O petista vai liderar um painel sobre mudanças climáticas — preparando terreno para a COP30, que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025.
Críticas às viagens do governo
A nova viagem de Lula ocorre em meio a uma escalada de críticas por parte da oposição e de setores da sociedade que enxergam nas viagens do petista uma estratégia para desviar o foco das crises nacionais e reforçar sua imagem pessoal no exterior.
Em pouco mais de um ano, Lula já fez cerca de 25 viagens internacionais, incluindo visitas a regimes autoritários e aliados ideológicos, como Cuba, China e Venezuela.