A prisão de três empresários do Amazonas pela Polícia Federal, suspeitos de lavar dinheiro, nesta terça-feira (21), revelou ligações com políticos do interior do Amazonas.
Na ocasião, o trio de empresários Cesar de Jesus Gloria Albuquerque, Erick Pinto Saraiva e Vagner Santos Moitinho foi preso após desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília com dinheiro vivo, o que levantou suspeitas da PF. Eles foram pegos em flagrante com R$ 1,2 milhão em malas.
Cesar de Jesus é dono da Comercial CJ- Comércio de Produtos Alimentícios, que recebeu mais de R$ 2,5 milhão da Prefeitura de Coari, sob gestão de Adail Pinheiro, para fornecer sapatos, bonés e tecidos. O que chama atenção é que a empresa tem como principal atividade o comércio de alimentos, no entanto, tem diversas atividades registradas no seu cadastro na Receita Federal. Conhecida como empresa “faz tudo”, a CJ seria uma empresa de “fachada”, segundo noticiado por um site nacional.
As coincidências não param por aí. Outro homem preso envolvido na suposta lavagem de dinheiro, Vagner Moitinho, é pai do vereador de Presidente Figueiredo, Lucas Souza Moitinho, eleito em 2024. O pai do vereador doou mil reais para a campanha do filho. O nível de ligações é surpreendente, uma vez que Cesar de Jesus também financiou a campanha eleitoral do vereador, de acordo com um site de notícias.
Além disso, Cesar de Jesus alugou uma picape de luxo, modelo Toyota Hilux, pelo valor de R$ 2.430,70, conforme consta na prestação de contas enviadas à Justiça Eleitoral por Lucas Moitinho.
As conexões políticas não se restringem aos municípios de Presidente Figueiredo e Coari. Segundo matéria do Metrópoles, a empresa Saraiva Comércio de Confecção Ltda, vinculada ao terceiro preso, Erick Pinto Saraiva, recebeu R$ 64 mil da campanha do prefeito eleito de Itacoatiara (AM), Mario Jorge Bouez Abrahim, nas eleições de 2024.
A mesma empresa também foi contemplada com repasse de R$ 29.520 da Direção Municipal/Comissão Provisória do partido Republicanos em Itacoatiara.
Durante interrogatório, a polícia desconfiou das versões dadas pelos empresários. A Justiça decretou a prisão preventiva do trio.
