O Partido dos Trabalhadores decidiu que utilizará cédulas de papel na sua eleição interna, marcada para 6 de julho. A sigla tentou obter urnas eletrônicas emprestadas da Justiça Eleitoral, mas apenas 16 Estados autorizaram a concessão. Diante da impossibilidade de usar o equipamento no país todo, o PT preferiu adotar um modelo unificado. A decisão foi tomada em reunião da Executiva nacional nesta 4ª feira (21.mai.2025).
Em março, a cúpula do partido se reuniu com a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia, para pedir as urnas emprestadas. A ministra, no entanto, disse que cabia aos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) de cada Estado decidir. No total, 4 negaram o empréstimo:
- Alagoas
- Espírito Santo
- Minas Gerais
- Pernambuco
Outros 7 ainda estavam em negociação:
- Roraima
- Santa Catarina
- Piauí
- São Paulo
- Paraná
- Tocantins
- Acre
Os TREs alegaram falta de segurança e dificuldades logísticas para autorizar o uso das urnas eletrônicas. Geralmente, os equipamentos são emprestados de forma gratuita. Quem os utiliza arca com os custos logísticos.
O partido pretendia usar as urnas eletrônicas por considerá-las mais seguras na aferição dos votos de cerca de 3 milhões de filiados em todo o país, número que o partido alega ter em seus quadros. Poderão participar da votação todos que aderiram à legenda até 28 de fevereiro de 2025.
“Como a Justiça Eleitoral não teve condições de disponibilizar as urnas eletrônicas para a realização do PED [Processo de Eleição Direta] em todos os municípios do Brasil decidimos manter nosso PED com voto em cédula”, disse o secretário-geral nacional do PT, Henrique Fontana (PT-RS).
As cédulas serão produzidas pelo próprio partido e a contagem dos votos será manual.
Depois de um hiato de 12 anos, o partido voltou ao formato de eleições diretas com votos dos filiados, o PED 2025 (Processo de Eleição Direta). O 1º turno está marcado para 6 de julho. O 2º, se necessário, será no dia 20 do mesmo mês.
O partido elegerá seu novo presidente. O nome mais cotado é o do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva. Ele é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representa a corrente majoritária da legenda, da CNB (Construindo um Novo Brasil). Outros 4 nomes disputam o cargo:
- Rui Falcão – deputado federal por São Paulo;
- Romênio Pereira – secretário de Relações Internacionais do PT;
- Valter Pomar – dirigente nacional do PT;
- Dani Nunes – suplente de vereadora pelo PT no Rio.
Nos pleitos anteriores, realizados em 2017 e 2019, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita presidente do PT com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de votação híbrida.