Moradores do município de Humaitá, no sul do Amazonas, relatam clima de tensão por causa de operação da Polícia Federal contra o garimpo ilegal. Balsas usadas na atividade começaram a atracar no porto da cidade após movimentação de equipes da PF.
Imagens registradas por garimpeiros e divulgadas na internet mostram a circulação de embarcações com identificação da PF e também sobrevoos de helicópteros na região.
Em um dos vídeos, um morador da cidade mostra dezenas de balsas que começaram a ancorar no porto de Humaitá. De acordo com os relatos, isso ocorre por medo de destruição das estruturas no rio Madeira.
A atuação de garimpeiros em Humaitá é intensa ao longo dos anos. Em agosto de 2024, pelo menos 14 pessoas foram presas após conflito entre garimpeiros e policiais nas ruas da cidade. A violência foi motivada pela destruição de mais de 200 dragas em operação da Polícia Federal e Ibama.
Garimpeiros que atuam de forma ilegal na extração de ouro no rio Madeira, localizado em Humaitá, no Amazonas, estão se organizando para reagir às operações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ibama na área. Utilizando grupos de WhatsApp, eles trocam informações sobre as ações das autoridades e planejam tumultuar as festividades em comemoração aos 155 anos da cidade.
As mensagens entre os garimpeiros indicam planos de confrontar os agentes. Um dos participantes sugere a possibilidade de atacar os policiais, enquanto outro menciona a ideia de cercar os agentes no rio Beem. Um garimpeiro expressa que a celebração em Humaitá “acabou” e que está mobilizando sua equipe para um embate com as forças de segurança.
A Polícia Federal, por sua vez, está atenta à situação e trabalha em conjunto com as forças de segurança do estado para monitorar os desdobramentos. Em agosto do ano passado, um confronto entre garimpeiros e agentes da PF resultou na destruição de 223 balsas utilizadas para o garimpo ilegal, além da prisão de 14 indivíduos envolvidos na atividade.
As operações da Polícia Federal e do Ibama têm como objetivo desmantelar dragas e outros equipamentos que são utilizados na extração de ouro, os quais estão contaminando o rio com mercúrio. Essa contaminação compromete a qualidade da água e prejudica a vida aquática na região. O Ministério Público Federal também está investigando a presença de garimpeiros nas redes sociais, questionando a manutenção de suas contas ativas.
