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TikTok Shop chega ao Brasil e promete movimentar o comércio eletrônico nacional

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Especialistas estimam que plataforma pode obter até 9% do mercado; compras por impulso e elemento social são trunfos

A partir desta quinta-feira, 8, usuários brasileiros do TikTok poderão comprar e vender produtos diretamente do aplicativo de vídeos. O TikTok Shop, que explora o conceito de social commerce, ou seja, o consumo como uma experiência nas redes, chega oficialmente ao País. A novidade permitirá que o consumidor obtenha o produto visto no vídeo com apenas alguns cliques — e deve movimentar não apenas redes sociais, mas também o varejo eletrônico do Brasil.

Tudo será feito sem sair do app, desde a descoberta do produto, até o checkout da compra. Segundo a empresa, as vendas serão feitas de forma orgânica, instigando o usuário a comprar aquilo que está vendo no vídeo. O recurso já funcionava em países como EUAIndonésiaFrançaMéxicoVietnãReino UnidoCingapuraMalásiaAlemanhaEspanha Itália. A implementação do novo recurso é automática e não é necessário atualizar o aplicativo.

No TikTok Shop, haverá três formas de contato dos usuários com os produtos. O primeiro — e o que a empresa espera que seja o mais utilizado — serão os vídeos orgânicos, aqueles nos quais o criador está falando sobre determinado item que está à venda, mas sem parecer uma propaganda. Todos os vídeos que tiverem produtos disponíveis na plataforma, contarão com uma sinalização. A segunda maneira são as lives. O usuário poderá acessar um catálogo com os produtos demonstrados na transmissão ao vivo. Além disso, a plataforma terá uma espécie de vitrine que, ao clicar no perfil da conta vendedora, o usuário poderá encontrar os produtos daquela marca.

Para Mauricio Morgado, professor e coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV EAESP, a maior diferença do TikTok Shop para outras plataformas de e-commerce será exatamente a questão da compra por impulso. “Por conta da própria dinâmica do app, acho que vai ser muito bom para compras inesperadas. Por enquanto, não imagino alguém indo pesquisar a compra de uma televisão, por exemplo, no TikTok. Isso a gente faz em outros sites. Mas vai ser muito útil ver um review de um produto e já poder comprá-lo”, disse.

Como noticiado anteriormente pelo Estadão/Broadcast, o analista do SantanderRubem Couto, calcula que a plataforma deve angariar até R$ 39 bilhões em volume bruto de mercadorias (GMV) até 2028. Além disso, prevê que o serviço pode capturar de 5% a 9% de todo e-commerce no País dentro de três anos de funcionamento. Hoje, o Mercado Livre tem a maior participação de mercado dentro deste canal (13,3%), seguido pela Shopee (8,7%) e pela Amazon Brasil (7,4%), de acordo com o relatório da agência especializada em SEO Conversion.

De acordo com o TikTok, a novidade do app se baseia na compra pela descoberta. “O usuário não precisa ir atrás do produto ou do anúncio. Ele está usufruindo da plataforma e vai se deparar com produtos interessantes no meio de um vídeo orgânico. Se gostar, pode clicar e comprar”, disse a empresa ao Estadão.

Para maiores

Além de anúncios publicitários, a plataforma também permite que usuários comuns façam parte do esquema de vendas. No entanto, segundo a empresa, só usuários maiores de 18 anos, com uma conta ativa no TikTok com mais de cinco mil seguidores, com CNPJ e com capacidade de gerir o próprio estoque estarão aptos para comercializar dentro do TikTok Shop. Além disso, o TikTok Shop não estará disponível no feed de adolescentes entre 13 e 17 anos. E, também, a plataforma não venderá produtos voltados ao público infantil.

A questão da entrega também é responsabilidade do app. “As marcas são responsáveis apenas por separar os produtos. A entrega é responsabilidade do TikTok, que será feita por meio de empresas de logística parceiras, como os Correios”, disse a empresa.

Concorrência

É esperado que a chegada do TikTok Shop tome cerca de 9% do espaço do e-commerce no País em uma previsão de três anos de funcionamento.

Nesse contexto, Morgado acredita que a novidade da plataforma de vídeos pode ameaçar outros varejistas mais tradicionais. “As outras plataformas não tem o conteúdo, nem a conversão que o TikTok tem. Acredito que o grande ponto seja a questão do entretenimento com oportunidade de compra”, disse o especialista.

Segundo a empresa, inicialmente, o foco da plataforma será em artigos eletrônicos, produtos voltados para saúde e beleza e itens esportivos.

Além disso, o TikTok também informou que já possui diversos vendedores cadastrados para o início da plataforma no Brasil. “Contamos com uma mistura de marcas brasileiras, como a Natura e O Boticário, por exemplo, e empresas globais, como L’Oreal C&A, além dos criadores que já usam o TikTok como impulsionador de seus produtos”.

Com 111,3 milhões de usuários, o Brasil é o terceiro maior mercado do aplicativo, atrás apenas da Indonésia, com 161 milhões, e dos EUA, com 137 milhões, países que já possuem o TikTok Shop.

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