Brasil – A rodovia BR-319, essencial para a integração da região amazônica, terá 20 quilômetros pavimentados ainda em 2025, com obras já em andamento entre os quilômetros 198 e 218. A informação foi confirmada pelo superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Orlando Fanaia, em entrevista à rádio BandNews Difusora na última quarta-feira (16/04). Além disso, uma licitação para asfaltar mais 30 quilômetros será lançada em maio, marcando um avanço significativo na infraestrutura da rodovia.
Segundo Fanaia, a pavimentação dos 20 quilômetros é parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que autoriza intervenções em um total de 52 quilômetros. Desse trecho, os 20 quilômetros já contratados estão em fase de execução, com o primeiro quilômetro pronto para receber o asfalto. A previsão é que as obras sejam concluídas ainda este ano. “Os 20 quilômetros já estão contratados, e o primeiro quilômetro está preparado para o asfalto”, destacou o superintendente durante a entrevista.
Para os 32 quilômetros restantes do trecho autorizado pelo TAC, o DNIT planeja lançar a licitação em maio. Fanaia informou que os projetos executivos estão sendo finalizados em abril, visando agilizar o processo. A iniciativa reforça o compromisso do órgão em melhorar a trafegabilidade da BR-319, uma rodovia estratégica que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO), mas que enfrenta desafios devido às condições precárias de grande parte de seu trecho.
A pavimentação da BR-319 é aguardada há anos por moradores, transportadores e empresários da região, que dependem da rodovia para escoamento de produtos e mobilidade. As obras em andamento representam um passo importante para a modernização da infraestrutura amazônica, mas também reacendem debates sobre os impactos ambientais e a necessidade de medidas de preservação na região.
Enquanto isso, o PSDB ingressou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 1215) no STF, distribuída ao ministro Luiz Fux, cobrando a pavimentação da BR-319. O partido argumenta que a deterioração da rodovia isola a Região Norte, amplia desigualdades e viola direitos constitucionais à saúde, dignidade humana e mobilidade. O PSDB destaca que a precariedade da estrada contribuiu para o desabastecimento de oxigênio em Manaus durante a crise da covid-19 em 2021, agravando a situação nos hospitais.
O PSDB também aponta entraves ambientais como obstáculo à recuperação da BR-319. Apesar de as obras terem sido licenciadas, decisões judiciais conflitantes mantêm paralisados os trabalhos em um trecho de mais de 400 quilômetros. Desde 2000, 27 Unidades de Conservação, incluindo florestas protegidas e terras indígenas, foram criadas ao longo do traçado, intensificando o debate sobre o equilíbrio entre infraestrutura e preservação ambiental.
Inaugurada em 1976, a BR-319 tornou-se intransitável em 1988 devido à falta de manutenção. Desde então, foi reaberta esporadicamente, mas apenas em trechos específicos. A rodovia, que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO), é vital para a integração da região, mas sua recuperação enfrenta resistência devido a impactos ambientais e questões judiciais.