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ORDEM SUPREMA: Agora Alexandre de Moraes quer mandar até na polícia da Espanha

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Não há possibilidade de se consultar o noticiário, hoje em dia, sem topar com mais algum desvio compulsivo no comportamento do ministro Alexandre de Moraes como magistrado do STF. Há muito tempo, naturalmente, ninguém com um mínimo de bom senso leva a sério as decisões do STF, e, sobretudo, as do próprio Moraes, do ponto de vista da legalidade – qualquer advogadinho de porta de cadeia sabe perfeitamente que os ministros se dão o direito de violar as leis em vigor no Brasil para impor a sua vontade pessoal. É preciso obedecer porque eles têm a força armada. Mas a obediência não significa que as bulas do tribunal sejam legais, nem oculta o fato de que, frequentemente, são apenas neuróticas. É o caso de Moraes e das suas manias.

É o que os seus juízes auxiliares chamam de “cismas”. Quando o ministro “cisma”, dizem eles, não tem jeito: não adianta argumentar, nem lembrar que seria conveniente dar alguma racionalidade aos despachos que saem do seu gabinete, pois Moraes insiste em fazer tudo da sua maneira. Uma das cismas mais curiosas do ministro é a sua fixação em imaginar a si próprio como chefe de polícia de todos os países do mundo. Não adianta nada lhe dizerem:

“Excelência, com todo o respeito, o STF não tem o poder de dar ordens à polícia de outro país, e de qualquer forma é inútil tentar, porque ninguém vai obedecer, nunca”. Qual o quê. Eis aí o ministro, mais uma vez, numa viagem dessas – agora querendo mandar na polícia da Espanha.

É óbvio que a polícia da Espanha não obedeceu a última ordem dada pelo ministro Moraes – para que fizesse a extradição imediata do jornalista brasileiro Oswaldo Eustáquio, asilado ali para escapar aos esquadrões de captura do STF. A Justiça espanhola, obviamente, concordou com a recusa – assim como a Interpol, que já recebeu diversos despachos de Moraes para prender brasileiros no exterior e ignorou todos. Aconteceu exatamente o mesmo com as prisões que ele quis que as autoridades dos Estados Unidos fizessem. Em todas elas, a recusa da extradição se baseia no mesmo motivo: trata-se de prisões políticas e aqui nós não fazemos prisões políticas.

É possível, dentro da noção de que tudo é possível no regime Lula-STF, que Moraes tenha aproveitado a oportunidade para colaborar com Lula e o Itamaraty em sua nova política, “ativa e altiva”, de tornar o Brasil um importador líquido de corruptos estrangeiros

Moraes fica fora de si diante de uma realidade que não aceita: a de que só no Brasil da OAB, da mídia estatizada e dos empresários com “pegada social” existe a crença de que suas prisões não são políticas. Um dos seus assessores já cogitou, certa vez, de mandar uns jagunços” sequestrar uma das “bête noîre” do ministro nos Estados Unidos, o jornalista Allan dos Santos, já que o FBI se recusava a obedecer a suas ordens de prendê-lo.

Ao que parece, acabaram achando que a ideia, no fim das contas, não era prática, e esqueceram o Projeto Jagunço – embora não tenham esquecido de Allan. Agora, no caso da Espanha, Moraes descobriu que podia praticar alguma represália – e proibiu a extradição de um traficante de drogas búlgaro preso no Brasil e procurado por crimes que cometeu na Espanha.

É, ao vivo e em cores, o esgoto a que o STF conduziu o Brasil: damos abrigo a um criminoso óbvio para nos vingar da decisão tomada pela Espanha para resguardar os direitos civis de um perseguido político, de acordo com o que prevê a lei internacional. Como respeitar um tribunal e um juiz que fazem uma coisa dessas? Ou, de uma perspectiva mais ampla: como aceitar que as neuroses pessoais de um membro do STF agridam um país amigo como a Espanha, beneficiem o tráfico de drogas para se fazer perseguição política e afundem o Brasil, ainda mais, na sua posição de país-escroque na cena mundial?

Por outro lado, talvez não seja só isso. É possível, dentro da noção de que tudo é possível no regime Lula-STF, que Moraes tenha aproveitado a oportunidade para colaborar com Lula e o Itamaraty em sua nova política, “ativa e altiva”, de tornar o Brasil um importador líquido de corruptos estrangeiros. O governo, em mais uma de suas realizações, acaba de mandar um avião da FAB para buscar no Peru, e trazer para cá, a mulher do ex-presidente peruano, condenada por corrupção junto com o marido. Não há razão absolutamente nenhuma para essa decisão, a não ser a ânsia compulsiva em apoiar a corrupção, seja aonde for – até mesmo a corrupção no Peru.

Está tudo errado: a ordem para a polícia espanhola prender Eustáquio, a proteção ao traficante búlgaro, o asilo à ladra peruana e, por fim, a desonra continuada para a Força Aérea Brasileira. Nossa Aeronáutica já estava na bacia das almas, reduzida à situação humilhante de empresa de taxi aéreo para a gataria gorda do PT e do governo Lula. Agora serve também como companhia aérea para ladrões.

*Com informações gazetadopovo