O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta 6ª feira (18.abr.2025) a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de dar asilo à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, condenada pela Justiça do país vizinho por lavagem de dinheiro.
Em post em seu perfil no X, Bolsonaro escreveu que o Executivo “distorce o instituto do asilo para se solidarizar com quem rouba do próprio povo”.
Bolsonaro afirmou que a “imagem do Brasil no exterior está sendo dilacerada por quem deveria defendê-la”. Ele também declarou que a Justiça “não pode continuar sendo usada como instrumento de vingança, conforme os caprichos e vontades de um único homem”.
PERU & LAVA JATO
Quatro ex-presidentes do Peru e a filha de um 5º ex-chefe do Executivo peruano foram envolvidos na operação Lava Jato –já desmantelada no Brasil. A Odebrecht, atualmente Novonor, teria pago propina aos políticos em troca de favorecimentos.
Em depoimento em 9 de novembro de 2017, o ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht afirmou que a empresa havia apoiado políticos peruanos: “Com certeza, apoiamos todos. [Alejandro] Toledo, Alan García, [Ollanta] Humala, Keiko [Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori]”.
Assista ao vídeo com as falas de Marcelo Odebrecht (2min15s):
O empresário disse também que havia acompanhado “uma ou duas palestras” do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski para executivos da Odebrecht. Kuczynski foi ministro do governo Toledo.
A seguir, leia qual é a situação de cada um dos citados:
- Alejandro Toledo (79 anos) – condenado em 2024 a 20 anos de cadeia por, de acordo com a Justiça, ter recebido US$ 35 milhões em propina da Odebrecht. Está preso em Lima;
- Alan García (1949-2019) – cometeu suicídio em 17 de abril de 2019, antes de ser preso temporariamente. Era acusado de receber propina da empreiteira. Tinha 69 anos;
- Ollanta Humala (62 anos) – condenado em abril de 2025 a 15 anos de cadeia sob a acusação de ter recebido US$ 3 milhões da Odebrecht. A Justiça também condenou a ex-primeira-dama Nadine Heredia, 48 anos, ao mesmo tempo de pena;
- Pedro Pablo Kuczynski (86 anos) – está em prisão domiciliar e aguarda o desfecho do caso. O Ministério Público do Peru pediu 35 anos de cadeia ao político–ele teria beneficiado a Odebrecht em troca de propina;
- Keiko Fujimori (49 anos) – diferentemente dos nomes citados acima, a filha de Alberto Fujimori (1938-2024) nunca comandou o país. Suspeita de receber dinheiro da Odebrecht, ela ficou presa preventivamente de outubro de 2018 a novembro de 2019. Em janeiro de 2025, a Justiça peruana anulou o julgamento contra Keiko por falhas na acusação. Mandou o caso ser reiniciado.