Menu

Ministros comentam crítica internacional sobre excessos do STF

WhatsApp
Facebook
Telegram
X
LinkedIn
Email
Publicação da revista britânica The Economist e questionamentos no exterior geram desconforto entre integrantes da Corte

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que a Corte não pode ignorar as críticas internacionais sobre a condução do inquérito do 8 de janeiro, segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A revista The Economist afirmou que o Judiciário brasileiro funciona como um sistema de “juízes com poder excessivo” e destacou o ministro Alexandre de Moraes como “juiz estrela”.

The Economist
Publicação da revista inglesa | Foto: Reprodução/ The Economist

The Economist também alertou que a Corte pode aprofundar sua crise de confiança se não levar ao plenário o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o jornal Estadão, tem crescido, no STF, o entendimento de que o tempo decorrido desde os atos do 8 de janeiro de 2023 reduziu o “apelo punitivista” e alterou a percepção sobre os julgamentos. Um dos ministros ouvidos pelo jornal afirmou que houve uma “mudança de ares”.

Magistrados lembram que, antes, recebiam elogios no exterior por conterem uma tentativa de golpe. Agora, enfrentam contestações, inclusive no meio acadêmico. Durante evento com estudantes brasileiros de Harvard e MIT, no dia 12, Gilmar Mendes foi questionado sobre o STF ultrapassar seus limites.

STF já vive mal-estar interno

Outro ministro ouvido pelo jornal disse que as críticas externas aumentam o desconforto entre os ministros e o incômodo com o comportamento de Moraes. Para ele, há risco de perda de credibilidade das decisões do Supremo.

Moraes
Ministros se incomodam com protagonismo de Moraes | Foto: Rosinei Coutinho/STF

Um ministro disse que a publicação britânica expressa uma visão comum no setor econômico que apoiava Bolsonaro e já criticava o STF. Mesmo assim, reconheceu a necessidade de considerar essas reações internacionais.

Outro integrante da Corte disse que a direita política brasileira sabe se comunicar e explorar episódios para pressionar o Supremo.

Esse magistrado citou como exemplo o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, que escreveu, com batom, “Perdeu, Mané!” na estátua da Justiça. O episódio foi usado para impulsionar o projeto de anistia. Segundo o magistrado, “anistia não é para raia miúda”.