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Presidente do PL Amazonas diz que pedido de cassação de vereadores é ‘politicagem’ e ‘armação do sindicato’

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Em coletiva na sede do PL Amazonas, nesta quinta-feira, 17/4, Nascimento afirmou que se trata de retaliação à postura fiscalizadora dos parlamentares

MANAUS (AM) – O presidente estadual do PL, Alfredo Nascimento, saiu em defesa dos vereadores Coronel Rosses e Sargento Salazar após o pedido de cassação por quebra de decoro, classificando a medida como “politicagem” e uma “armação”.

Em coletiva na sede do PL Amazonas, nesta quinta-feira, 17/4, Nascimento afirmou que se trata de retaliação à postura fiscalizadora dos parlamentares, que fazem oposição à Prefeitura de Manaus, liderada por David Almeida (Avante).

“Isso é politicagem, isso faz parte do jogo, e eu estou acostumado com isso. Não vai acontecer absolutamente nada. Vamos fazer um carnaval danado porque estão sendo fiscalizados. É estranho isso, né? Vai abrir esse processo só para gerar desgaste”,
disse Alfredo Nascimento.

O presidente destacou que os vereadores contam com o apoio total da sigla no Amazonas e da direção nacional, liderada por Valdemar Costa Neto, e afirmou estar disposto a recorrer à Justiça para manter os mandatos dos parlamentares.

“Qualquer coisa, vamos à Justiça. Vamos até as últimas consequências. O nosso partido não é qualquer um, é o maior do país. A municipal está com vocês, a estadual está com vocês, e a nacional também vai estar. Então, a gente vai arranjar uma briga boa“,
declarou.

Nascimento ainda afirmou que a situação não deve prosperar e chamou de “armação” a ação proposta pelo Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Manaus (Sindfeira), apresentada na quarta-feira, 16. O documento, enviado à Câmara Municipal de Manaus (CMM), relata incidentes ocorridos em 25 de março de 2025, durante fiscalização na Feira da Banana, no Centro, onde os parlamentares teriam agido de forma agressiva contra feirantes e servidores públicos.

“Eu não tenho nenhum receio de cassação. Se fizerem isso, a Justiça vai derrubar, porque não há fato gerador. Começa com a armação de um sindicato que não tem legitimidade. Estou absolutamente tranquilo”,
reforçou Nascimento.

O deputado federal Alberto Neto, presidente do PL Manaus, endossou as declarações e associou o presidente do sindicato à gestão de David Almeida.

“Existe uma estratégia da Prefeitura de Manaus para tentar calar a oposição. Nossos dois vereadores, Coronel Rosses e Sargento Salazar, foram acionados pelo povo e, como representantes do povo, foram ouvir e tomar providências. O que nos revolta é que agora há um sistema sendo usado pelo presidente do sindicato — cuja reputação todos conhecem: preso, agressões — sendo utilizado para pedir a cassação dos nossos vereadores”, 
afirmou Neto.

Vereadores rebatem

Durante a coletiva, o vereador Coronel Rosses declarou que a prefeitura usa “malabarismos para tentar nos calar” e denunciou uma “perseguição política” contra os vereadores de oposição. Já Sargento Salazar afirmou que o pedido de cassação não o intimida e prometeu intensificar as fiscalizações.

“Meu recado vai para o prefeito de Manaus: a fiscalização vai continuar. Pode colocar aí, prefeito ‘considerado’, dez pedidos de cassação. Eu não tenho medo. O PL, a bancada do PL, não tem medo de você. Se em três meses você já está chorando desse jeito, esperneando, se batendo todinho, imagine quatro anos de fiscalização. Nós somos a voz do povo. A fiscalização vai continuar com força total. Se não aguenta, pede para sair, considerado. Criado com vó, chorão”,
provocou Salazar.

O caso

A denúncia está relacionada à reintegração de posse de um box público na Feira da Banana, determinada pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc). O caso ganhou repercussão após a feirante Veriana Maia Negreiro recorrer à Justiça, que considerou irregular a apreensão de seus equipamentos e a ausência de direito à ampla defesa.

Segundo testemunhas, os vereadores intervieram no procedimento com atitudes que incluíram truculência, exibição de armas e agressão ao advogado da Semacc.

Próximos passos

A Mesa Diretora da CMM deverá analisar o pedido e decidir se o encaminhará ao Conselho de Ética. Enquanto isso, o caso promete acirrar os ânimos no Legislativo municipal, já que os vereadores envolvidos são conhecidos por posturas críticas à atual gestão.