O candomblecista Sérgio Pina, conhecido por ser pai de santo da cantora Anitta, e aparecer ao lado dela no clipe da canção Aceita, subiu no trio durante o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa da anistia neste domingo, 6, na Avenida Paulista. Pina foi anunciado como um “representante da religião de matriz africana” por Michelle Bolsonaro, e subiu ao palanque ao lado do Pastor Silas Malafaia e de Padre Kelmon.
Nas redes sociais, Pina, que já havia se declarado apoiador de Bolsonaro nas eleições de 2022, tem diversas postagens defendendo a anistia aos presos do 8 de janeiro e reiterando sua posição política alinhada ao bolsonarismo. Em um vídeo publicado pouco antes de subir no trio, inclusive, ele se referiu a Bolsonaro e Michelle como “o presidente e a primeira-dama”, e convocou os seguidores a aderirem ao movimento pela “anistia e liberdade”.
Líder de um terreiro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Pina já havia comparecido a outras manifestações bolsonaristas anteriormente. Na que aconteceu em Copacabana no dia 16 de março, ele foi criticado por seguidores que questionaram se seria bem recebido caso estivesse trajado com as roupas tradicionais da religião. “Na próxima, em São Paulo, vou a caráter com as vestes e indumentárias da minha fé. Pelos anos de convívio, sei que serei bem tratado”, rebateu ele na ocasião, cumprindo a “promessa” neste domingo.
Criada pela mãe católica, Anitta começou a cantar na igreja, mas se afastou da religião e frequenta o terreiro de Pina desde 2013, quando abraçou a crença seguida pelo pai e pelo irmão. Desde então, a cantora tem discursado contra a intolerância religiosa, e saudou os orixás e sua religiosidade na canção Aceita, cujo clipe em que aparece ao lado do pai de santo cultuando a religião a fez perder centenas de seguidores. Crítica declarada de Bolsonaro, a cantora não se pronunciou sobre o apoio do pai de santo ao ex-presidente.