Manaus – A sessão desta quarta-feira (2) na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) foi marcada por tensão e um embate direto entre o presidente da Casa, deputado Roberto Cidade, e manifestantes aprovados no concurso da Polícia Militar do Amazonas. O que começou como um protesto pacífico pela convocação dos concursados terminou em confusão, com Cidade ordenando que seguranças retirassem uma manifestante do plenário após ser confrontado publicamente.
Os manifestantes, que lotaram as galerias da Aleam, cobravam do governo estadual a nomeação dos aprovados no concurso da PM, uma demanda que vem se arrastando em meio à necessidade de reforço na segurança pública do estado. Durante a sessão, uma das participantes do protesto elevou o tom ao criticar Cidade, associando-o ao governador Wilson Lima e lembrando sua derrota nas eleições de 2024, quando concorreu à prefeitura de Manaus.
“Roberto Cidade perdeu porque está com o Wilson Lima”, disparou a mulher, em referência à aliança política que, segundo ela, teria custado a vitória ao deputado.
Irritado com a provocação, Cidade reagiu imediatamente. Alegando que a manifestante teria batido no vidro da galeria, ele pediu a intervenção da segurança para removê-la do local. “Peço ordem, por favor. Peço que retire essa moça aí, que ela bateu, não pode ter isso aqui na Assembleia. Que a Casa Militar vá lá”, declarou o presidente, visivelmente incomodado. A ordem foi cumprida, e a mulher foi escoltada para fora do plenário, o que gerou revolta entre os presentes.
A troca de farpas não parou por aí. Tentando justificar sua atitude, Cidade lançou uma indireta:
“Para quem quer ser policial, tem que ter ordem”. A resposta da manifestante veio na mesma hora, em alto e bom som: “Quem quer ser deputado tem que cumprir com a palavra, por isso não é prefeito”.
O confronto verbal expôs a fragilidade do controle da situação por parte do presidente da Aleam e inflamou ainda mais os ânimos no plenário.
O deputado Wilker Barreto (PMN), que teria convidado os concursados para acompanhar a sessão, tentou apaziguar os manifestantes e se posicionou em defesa deles, mas a confusão já estava instalada. Imagens gravadas por presentes mostram o momento em que a segurança da Casa Militar entra em ação, enquanto gritos de protesto ecoam pelas galerias. O vídeo, que rapidamente viralizou nas redes sociais, reforça a narrativa de que Cidade agiu de forma autoritária ao silenciar a voz dos manifestantes.
