A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a operação Omama com foco na retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. A região é alvo de ao menos 20 mil invasores, conforme estimativa da associação Hutukara. Eles fazem extração ilegal de ouro nos arredores das comunidades onde vivem os indígenas e causam conflitos armados.
Com apoio de tropas especiais, uso de aeronaves e equipamentos, ação deve fazer incursões estratégicas em diversos garimpos dentro da Terra Yanomami “visando apreender e inutilizar maquinários, aeronaves, insumos e outros materiais utilizados na extração de ouro, desencorajando os garimpeiros de permanecerem na região.”
O nome da operação faz alusão a Omama, entidade que deu origem ao povo Yanomami, segundo a crença indígena.
Alvo frequente de garimpeiros desde a ditadura militar, historicamente a Terra Yanomami enfrenta uma série de conflitos causados pelos invasores. Essa invasão, no entanto, se intensificou nos últimos anos e, no 10 de maio, um ataque armado contra a comunidade Palimiú acirrou a tensão na região.
Com quase 10 milhões de hectares, a Terra Yanomami é, territorialmente, a maior do país. Cerca de 27 mil indígenas vivem em mais de 370 aldeias na região.
A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos na floresta.
Em 2020, o ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Só o rio Uraricoera concentra 52% de todo o dano causado pela atividade ilegal.
O trabalho de desintrusão – medida legal tomada para concretizar a posse efetiva da terra indígena ao povo que vive nela – ocorre com o apoio do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Força Nacional.
Fonte: G1