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Sem orçamento, encontro de Lula com prefeitos em Brasília é visto como ‘mera visita’

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Lideranças aliadas ao petista consideram a reunião como um 'tiro no pé', pois não há verbas a oferecer

O governo federal realiza, nesta terça-feira, 11, um encontro com prefeitos eleitos em 2024. O evento, que deveria fortalecer as parcerias entre a União e os municípios, ocorre em meio a preocupações das lideranças aliadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva , que o veem como um “tiro no pé”.

Isso se deve ao bloqueio de bilhões de reais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ao fato de o Orçamento de 2025 ainda não ter sido votado pelo Congresso Nacional.

Os prefeitos enfrentam desafios financeiros significativos, com obras e projetos paralisados devido ao bloqueio dos recursos pelo STF. Sem solução para o impasse, muitos retornarão às suas cidades sem garantias financeiras para pagar despesas ou anunciar medidas.

Dirigentes do centrão consideram o evento como uma mera visita a Brasília, com custos cobertos pelos contribuintes municipais.

Tensão entre Congresso e STF

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prevê que o Orçamento deste ano só será votado em março, atrasando a liberação dos recursos. Isso é visto como uma retaliação do Congresso ao STF, que bloqueou R$ 4 bilhões em emendas.

Parlamentares acreditam em um entendimento entre o STF e o Planalto, influenciado por Flávio Dino, ex-ministro de Lula e atual ministro da Suprema Corte, que reteve os recursos alegando falta de transparência.

Nos próximos dias, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), planejam reuniões com Dino para buscar um acordo pela liberação dos recursos. Durante seus discursos de posse, ambos criticaram a interferência do STF no Congresso e prometeram expor a falta de transparência do Judiciário.

Desafios para Lula

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no Palácio do Planalto, em Brasília
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

As declarações de Motta favoráveis ao projeto de anistia aos presos de 8 de janeiro são vistas como um recado ao STF, que teme a aprovação do projeto. Lula participará da abertura do evento com os prefeitos.

O convite destaca que “em 2024, 5.568 municípios do país elegeram novos(as) gestores(as) para o mandato de 2025 a 2028”.

Paralelamente, crescem as especulações sobre uma reforma ministerial. Lideranças do centrão questionam se Lula planeja uma ampla reforma ou apenas ajustes pontuais, sendo mais provável a segunda opção.

Uma reforma poderia piorar a relação já tensa com a base aliada. Isnaldo Bulhões (MDB-AL) é um nome cotado para Relações Institucionais, mas sua nomeação dependeria de acomodações políticas para Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara.

A atual cota de Alagoas na Esplanada dos Ministérios é ocupada por Renan Filho (Transportes), filho do senador Renan Calheiros (MDB), adversário de Lira.