Nos três últimos anos da gestão de Jair Bolsonaro, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República não repassou um único centavo em publicidade estatal aos jornais impressos e as revistas mantidas pelo Grupo Globo. Situação que mudou desde que o Partido dos Trabalhadores (PT) retomou o controle do Poder Executivo federal.
Somente nos dois primeiros anos do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Secom já repassou R$ 914 mil por divulgação de anúncios nos jornais do conglomerado da família Marinho. Isso inclui, a saber, ações de propaganda em títulos como O Globo, Valor Econômico e Extra. Foram quase R$ 625 mil em 2023 e R$ 288 mil em 2024.
Durante todo o governo Bolsonaro, os jornais do Grupo Globo receberam somente R$ 137,8 mil. O valor nesse sentido foi pago por causa de campanhas publicitárias firmadas em 2019, primeiro ano do mandato do hoje presidente de honra do Partido Liberal (PL).
Com comando do político do PL, o governo federal ficou quatro anos sem gastar dinheiro público — ou seja, a grana arrecadada dos pagadores de impostos do país — com as revistas impressas do Grupo Globo. Tal situação mudou desde a reeleição de Lula, que escalou Paulo Pimenta, do PT, para chefiar a Secom. Desde janeiro de 2023, o órgão informa que já gastou R$ 290 mil com publicidade em tais publicações.
Secom e outras mídias do Grupo Globo
A retomada do envio do dinheiro que sai do bolso dos pagadores de impostos para os cofres do Grupo Globo também se dá em outras mídias, além de jornais revistas impressos. Na internet, por exemplo, a Secom de Lula e Pimenta já pagou R$ 10,2 milhões aos veículos de comunicação on-line pertencentes ao conglomerado da família Marinho. O valor havia ficado em quase R$ 2,9 milhões durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
Mais detalhes da relação financeira entre a atual gestão da Secom e o Grupo Globo estão presentes na reportagem especial “Globo e PT, tudo a ver”, publicada na Edição 250 da Revista Oeste. Entre outras informações, a matéria mostra que o crescimento do repasse via publicidade estatal ocorre em meio à queda de audiência da empresa, inclusive na televisão aberta.
