O 3º governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está para completar 2 anos com o dólar cotado acima de R$ 6 e com taxa recorde de desaprovação. Dados da pesquisa PoderData realizada de 14 a 16 de dezembro de 2024 mostram que a administração petista é desaprovada por 48% dos brasileiros –o maior percentual em 24 meses.
Além de ser o maior percentual de desaprovação registrado desde o início do mandato, em janeiro de 2023, a taxa também ficou numericamente acima do percentual de aprovação, que está em 45%. Há um empate técnico, pois a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A taxa de percepção negativa do governo avançou 9 pontos percentuais desde a posse de Lula: foi de 39% a 48%. Já a avaliação positiva do governo caiu 7 pontos percentuais em 24 meses, de 52% para 45%.
É a 2ª vez que a desaprovação supera numericamente (ainda que dentro da margem de erro) a aprovação do governo. A 1ª vez foi em maio de 2024, quando o Lula 3 era desaprovado por 47% e aprovado por 45%. Naquele período, logo depois da pesquisa, o presidente fez um esforço intensivo de marketing em função das eleições, visitando diversas cidades e anunciando e inaugurando obras.
Na pesquisa seguinte, em julho, reverteu –mesmo que timidamente e dentro da margem de erro do levantamento– a percepção negativa. Agora, sem eleições, com limitações para viajar por causa dos problemas de saúde recentes e piora nos indicadores econômicos, o cenário é diferente.
O governo entra em seu 3º ano com alguns desafios para recuperar a popularidade. Dentre eles, enfrentar a alta do dólar, que está acima de R$ 6, por causa das incertezas fiscais; controlar a inflação, que deve fechar o ano acima do teto da meta; e colocar um freio nos gastos públicos. Todos esses indicadores pressionam os preços e, consequentemente, influenciam no humor da população com o governo de turno.
A pesquisa cujos dados são relatados neste post foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 14 a 16 de dezembro de 2024, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 192 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.