As mortes por covid-19 na Colômbia superaram nessa segunda-feira (21) a marca de 100 mil, informou o Ministério da Saúde, em meio a advertências sobre possível escassez de medicamentos e oxigênio nos hospitais durante um terceiro pico de contágios e mortes.
O país, que tem 50 milhões de habitantes, registrou um total de 3,96 milhões de infecções pelo novo coronavírus, com 100.582 mortes. Ontem, a Colômbia teve recorde diário de 648 mortes.
O país experimenta, nas últimas semanas, recorde de infecções e mortes pela covid-19, e alguns já preveem o fim do estoque de suprimentos médicos.
As unidades de tratamento intensivo (UTIs) de clínicas e hospitais das principais cidades estão operando em capacidade quase plena, de acordo com informações publicadas pelas autoridades locais de saúde na capital Bogotá, assim como também em Medellín e Cali, respectivamente a segunda e terceira cidades mais populosas do país.
“Começamos a descobrir que em todos os lugares já existe escassez de alguns recursos, faltam medicamentos para sedação”, disse à Reuters César Enciso, coordenador médico de cuidados intensivos do Hospital Infantil Universitário San José, em Bogotá.
“Se essa situação se mantiver com esse número de eventos todos os dias, os recursos vão acabar”, acrescentou.
O governo colombiano culpou as semanas de protestos antigovernamentais promovidos por sindicatos, estudantes e outras organizações sociais pelo prolongamento da terceira onda, que começou depois do feriado da Semana Santa.
“Quando chegamos a essa cifra de 100 mil pessoas mortas pela covid-19, também temos que fazer uma reflexão sobre a responsabilidade individual diante de direitos e liberdades coletivas”, disse o presidente Iván Duque após assistir a uma missa em homenagem às vítimas.
Apesar do atual pico, o país sul-americano suspendeu a maioria das restrições impostas em março do ano passado para controlar o novo coronavírus, em uma tentativa de impulsionar a economia e em meio a um desprezo generalizado pelas medidas de segurança.
A Colômbia aplicou mais de 14,9 milhões de doses de vacinas, das quais mais de 4,78 milhões foram da segunda dose.