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Editorial: Dólar em Alta Histórica e o Pacote Fiscal Fantasioso do Governo Lula

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A incompetência do governo Lula em lidar com as questões fiscais do Brasil foi exposta de forma contundente nos últimos dias, com o dólar atingindo a marca histórica de R$ 6,11 e o Ibovespa sofrendo quedas drásticas. Essa desvalorização da moeda brasileira não é um evento isolado, mas reflexo direto de decisões mal planejadas, como o pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O pacote, que promete cortes de R$ 70 bilhões em gastos públicos em 2025 e 2026, além de uma economia total de R$ 327 bilhões até 2030, parece, à primeira vista, uma tentativa de sinalizar responsabilidade fiscal. Porém, a inclusão de uma proposta para isentar do Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil mensais – com custo estimado de R$ 35 bilhões – compromete seriamente qualquer esforço de equilíbrio nas contas públicas. Trata-se de uma contradição que gerou enorme desconfiança no mercado, refletida na disparada do dólar e na fuga de investidores.

Além disso, a narrativa do governo de que essa perda será compensada pela taxação de rendas acima de R$ 50 mil soa mais como retórica populista do que como um plano concreto. O histórico de projetos tributários no Brasil deixa claro que tramitações complexas frequentemente resultam em propostas desfiguradas, sem as compensações necessárias, o que só agrava a percepção de risco fiscal.

Essa falta de clareza e consistência nas políticas econômicas do governo reflete-se diretamente na queda do Ibovespa, que teve o pior desempenho diário em quase dois anos. A confiança de investidores está no ponto mais baixo desde o início do mandato de Lula, colocando em xeque a capacidade do governo de cumprir o arcabouço fiscal aprovado recentemente.

Enquanto isso, a população brasileira é quem paga o preço da incompetência governamental. O aumento do dólar pressiona os custos de importação, impactando diretamente a inflação. Produtos básicos e combustíveis ficam mais caros, afetando principalmente as famílias de baixa renda – as mesmas que o governo afirma defender.

Esse episódio é mais uma prova da desconexão entre o discurso populista do governo e a realidade econômica. O Brasil precisa de políticas sérias, consistentes e comprometidas com o equilíbrio fiscal. O pacote anunciado por Haddad é um exemplo claro de como o governo prefere jogar para a plateia, enquanto a economia afunda em um mar de incertezas.

O valor histórico do dólar é um marco simbólico do fracasso da atual gestão. O Brasil precisa urgentemente de uma liderança que priorize a responsabilidade fiscal e a confiança do mercado, ao invés de alimentar fantasias econômicas que só aprofundam a crise e penalizam os brasileiros.

Essa falta de clareza e comprometimento com a responsabilidade fiscal ecoa erros de gestões internacionais, como o caso da Grécia na década passada. Políticas fiscais expansionistas e isenções tributárias descompensadas levaram o país europeu a uma crise sem precedentes, com aumento da dívida pública, fuga de capitais e necessidade de resgates internacionais. O Brasil, com seu histórico de déficits elevados e dificuldade de implementar reformas estruturais, corre o risco de seguir o mesmo caminho.