Por Gabriel F. Melo
O segundo turno das eleições para a prefeitura de Manaus em 2024 será novamente marcado pela polarização das duas maiores forças políticas do Brasil. Capitão Alberto Neto, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrentará David Almeida, atual prefeito, respaldado pelos senadores Omar Aziz e Eduardo Braga, que atuam como os principais representantes de Lula no Amazonas. Essa dinâmica reproduz o embate nacional entre Bolsonaro e Lula, com Manaus se tornando palco de uma nova batalha política.
É quase certo que Bolsonaro intensificará suas visitas a Manaus para fortalecer a candidatura de Alberto Neto, enquanto o PT, que inicialmente tinha Marcelo Ramos como candidato, agora provavelmente se alinhará com David Almeida. Esse apoio ao atual prefeito é uma tentativa de manter a influência do partido na capital amazonense, uma tarefa que pode se mostrar desafiadora, dada a alta rejeição de Lula em Manaus.
Alberto Neto entra no segundo turno com a vantagem de uma base eleitoral fortemente bolsonarista. Manaus ainda conserva um eleitorado predominantemente conservador e de direita, o que pode ser um trunfo decisivo. A polarização política no Brasil tem raízes profundas na capital amazonense, e muitos eleitores tendem a seguir a narrativa nacional, o que favorece Alberto Neto.
Por outro lado, David Almeida enfrenta uma situação complicada. Ele esperava chegar ao segundo turno com uma vantagem mais confortável, na casa dos 20 pontos percentuais, mas a realidade eleitoral o colocou em um cenário muito mais acirrado, com apenas 7 pontos de diferença para o segundo colocado. Essa proximidade sinaliza um segundo turno competitivo e imprevisível.
Além dos dois principais candidatos, o cenário eleitoral ainda depende das movimentações de figuras como Amom Mandel e Roberto Cidade, que juntos somaram 37% dos votos no primeiro turno. Com mais de um terço do eleitorado manauara sob suas influências, seus posicionamentos no segundo turno serão cruciais. A adesão de seus eleitores poderá decidir o futuro prefeito da cidade.
Também não se pode subestimar o papel de Coronel Menezes, que representa uma parcela significativa do eleitorado de direita em Manaus. Caso seus votos se unam aos de Alberto Neto, esse bloco pode se consolidar como a força decisiva na reta final.
Em suma, o segundo turno em Manaus será uma disputa ferrenha, onde as alianças políticas e o peso dos apoios externos, como os de Bolsonaro e Lula, farão toda a diferença. O cenário está longe de ser definido, e o futuro prefeito será decidido nos próximos capítulos dessa intensa disputa.
*Com informações foconofato