A profundidade do rio Madeira está 3 metros abaixo do padrão considerado normal para esta época do ano. Depois de bater o recorde histórico ao registrar uma altura de 41 cm no trecho que atravessa Porto Velho (RO) no sábado (14.set), a projeção do SGB (Serviço Geológico do Brasil) é que o cenário deve se agravar até outubro e bater novos recordes.
Ao Poder360, o coordenador do sistema de alerta hidrológico do SGB, Artur Matos, disse que a situação do rio Madeira é o resultado de um cenário que vem se agravando nos últimos anos. Segundo o último boletim de monitoramento da bacia do rio Madeira, divulgado nesta 3ª feira (17.set.2024), o rio vem registrando mínimas históricas há 3 anos consecutivos. Leia a íntegra do documento (PDF – 1 MB).
Na visão do especialista, apesar de uma nova mínima histórica ser registrada em 2024 estar no radar, o resultado surpreendeu. A profundidade do Madeira está quase 1/3 do nível registrado em 2023, que já foi o menor de toda série histórica iniciada em 1964.
“O ano passado detinha o recorde com 1,10 metro. Já está 70 cm abaixo do ano passado que tinha sido a menor marca. A média para esse período, de todos esses anos, de 1964 para cá, seria 3,50 metros. Estamos 3 metros abaixo da média, o que é bem ruim”, disse Matos.
O especialista declarou que a perspectiva do SGB é de uma piora no quadro até outubro. Isso se deve ao comportamento do rio Madeira de atingir sua mínima anual no final de setembro.
Em um cenário normal, o rio Madeira começa a retomar seu volume com o início da temporada de chuvas, em outubro. Contudo, as projeções meteorológicas estimam uma quantidade menor de chuvas para os meses de outubro e novembro.
“Normalmente a mínima acontece no final de setembro, o período chuvoso começa agora em outubro e novembro, quando a chuva vem no período certo a taxa de recessão diminui e em dezembro já volta a subir e alcança uma máxima entre março e abril”, declarou.
A baixa do rio Madeira traz consigo uma série de problemas econômicos. Além de afetar os reservatórios das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, uma altura baixa das águas também impacta os transporte, abastecimento e de pesca na região.