Por: Fred Melo
Isso é fato: as decisões sobre candidaturas muitas vezes envolvem complexas considerações políticas. Coronel Menezes, por exemplo, foi impedido de disputar a Prefeitura de Manaus principalmente por não atender aos interesses e aspirações de quem comanda seu antigo partido, o PL. Restou a ele, como única opção, o cargo de vereador.
Menezes, assim como Bolsonaro antes de se tornar presidente, é “lobo solitário” na política, não atende a grupos nem deixa de falar o que pensa. Quando declarou sem rodeitos que Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, foi preso no escândalo do Mensalão, um fato objetivo, Menezes decretou sua sentença de morte no partido.
A escolha de um candidato para a disputa majoritária passa por acordos políticos e coligações. Não é feita por imposição ou pelo mais viável, mas por acomodações de uma série de interesses e projetos pessoais. Neste quesito, Menezes nada tinha para oferecer a quem comanda o PL no Amazonas. Além disso, seu protetor, avalista, amigo e compadre, Jair Bolsonaro, já não é mais presidente do Brasil, o que dificultou ainda mais a sua vida.
Mesmo com as pesquisas mostrando que era Menezes quem reunia as melhores chances de enfrentar David Almeida como o maior representante da direita em Manaus, que em 2022 teve 52% dos votos, com 544 mil eleitores escolhendo seu nome para o Senado, o coronel foi preterido em favor do atual prefeito, no primeiro momento, e agora pelo deputado Alberto Neto.
A rejeição da classe política ao nome do Coronel Menezes também foi um fator significativo. Quando um candidato enfrenta resistência dentro meio político, pode se tornar mais difícil obter o apoio necessário para uma candidatura majoritária como a de prefeito.
Sempre é bom lembrar que Menezes foi candidato ao Senado tendo contra ele todos os 62 prefeitos do estado do Amazonas, um verdadeiro fenômeno, uma unanimidade. Resultado disso é que ele perdeu no interior, mas, em Manaus, teve reviravolta. Menezes deu um banho de votos no seu oponente em uma goleada histórica, jamais vista em nossa cidade.
Essa rejeição ocorre por vários motivos, que vão desde diferenças ideológicas, um histórico de relações pessoais permeadas por conflitos passados, as caneladas, uma convivência deteriorada com os principais líderes políticos do estado e a percepção equivocada de que outro candidato poderia servir melhor aos interesses políticos de forma geral.
A resistência ao nome de Menezes despreza a avaliação das chances do seu sucesso nesta eleição majoritária. Ele, agora, vai entrar numa dinâmica de campanha completamente diferente da que está acostumado. As exigências são outras e a concorrência será com tantos que é de se perder a conta.
Claro, aqui estão algumas conjecturas políticas atuais que influenciaram na decisão de Coronel Menezes de concorrer a vereador. Ele sabe que precisa de mandato e reconstruir sua carreira começando pela vereança será, também, uma prova de humildade e maturidade política.
Além disso, ele é a personificação da promessa de que a Câmara Municipal terá protagonismo a partir de 2025, com um estilo polêmico que vai garantir momentos muito intensos durante o mandato.
David Almeida agradece a sua ausência…
Que phase!
Fred Melo