Vacina contra a dengue: municípios de Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia estão entre as prioridades do governo

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Conforme o Ministério da Saúde, 16 estados e o DF têm cidades e bairros que preenchem os requisitos para o início de vacinação. Veja a lista dos beneficiados!

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (25) a lista dos municípios que vão receber as doses da vacina contra a dengue, a Qdenga. Conforme a pasta, 521 municípios de 16 estados e o Distrito Federal preenchem os requisitos para o início de vacinação. Os estados de Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul, possuem o maior número de municípios que irão receber a vacina. Veja a lista dos municípios aqui.

Segundo o Ministério da Saúde, as regiões priorizadas são municípios de grande porte, ou seja, com população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, que registraram alta transmissão nos últimos dez anos e nos últimos meses do sorotipo DENV-2.

O grupo prioritário para 2024 vai ser composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A faixa etária é a que concentra o maior número de hospitalização por dengue após pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro.

De acordo com a pasta, o país registrou 12 mortes por dengue e 120.874 casos prováveis da doença nas primeiras semanas de 2024. Há também 85 mortes sob investigação. Em comparação com 2023, no mesmo período, foram notificados 26 óbitos e 44.753 casos prováveis.

Para o infectologista Werciley Junior, a vacinação contra a dengue é uma importante estratégia para controle da doença no país. No entanto, para o surto atual da doença, a medida pode demorar para conseguir impactar na ocorrência dos casos.

“A implantação da Qdengua é uma ação que ajuda muito o indivíduo, ou seja, protege o indivíduo e também uma diminuição da contaminação local. Porém, é uma ação que não é um efeito tão rápido. Deve demorar pelo menos de 6 meses. A vacina toma uma dose hoje e depois de 3 meses a segunda dose. O plano demora um período, então só essa ação sozinho e vai impactar. Mas não é uma ação de impacto tão rápido para esse surto atual”, destaca.

O infectologista completa que para combater a dengue é necessário um conjunto de ações em diversas frentes. “A estratégia de combate à dengue ela tem que ser em várias posições. Primeiro, prevenção do indivíduo com a vacinação. Segunda parte de prevenção, os cuidados para prevenir sítios e criatórios, ou seja, higiene, limpeza de terrenos baldios, orientação para todas as famílias para cuidados dentro e fora do domicílio. Terceira coisa, o uso de repelente e outro ponto seria diagnóstico precoce”, avalia.

O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública. A primeira remessa com 750 mil doses da Qdenga chegaram no Brasil no último sábado (20). O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pelo laboratório japonês Takeda. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, deve ser entregue em fevereiro.

Ao todo, 5,2 milhões de doses da vacina deverão ser entregues ao longo de 2024. A pasta prevê que cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas neste ano, uma vez que o imunizante precisa de duas doses, com intervalo mínimo de três meses.