Nos últimos dez anos, Minas Gerais registrou mais de 14,9 mil casos de hanseníase, doença infecciosa que atinge a pele e os nervos periféricos. O norte de Minas apresentou o maior número, com 2.557 casos, seguido pela região Centro, com 1.991 casos, e a região Triângulo do Norte, com 1.930 casos. Essas áreas apresentam juntas 43,4% das notificações. Os dados são do Painel Epidemiológico da Hanseníase, divulgado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Manuel Renato Retamozo Palacios, infectologista do hospital Anchieta de Brasília, explica que a hanseníase, antes conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. “A hanseníase é conhecida por causar lesões na pele e danos nos nervos, o que pode levar os sintomas como dormência, formigamento e perda de sensibilidade nas áreas afetadas”, diz.
Caso não seja tratada, o especialista informa que pode evoluir para um caso mais avançado, atingindo outros órgãos do corpo.
Tratamento
O infectologista informa que o tratamento eficaz para a hanseníase é baseado no uso de antibióticos específicos, e pode durar de seis meses a um ano, podendo ser prorrogado.
“O tratamento não apenas cura a infecção, mas também previne a progressão da doença e a transmissão para outras pessoas. É importante que o paciente siga rigorosamente o tratamento prescrito para poder garantir uma cura completa”, destaca.
Além disso, Palacios explica que a hanseníase é uma doença de notificação compulsória, ou seja, os casos devem ser reportados às autoridades da vigilância epidemiológica para monitoramento e controle.
Ações do governo de Minas Gerais
O governo de Minas Gerais alerta a população para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da hanseníase. Ambos os serviços estão acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o estado.
A Casa de Saúde Padre Damião (CSPD), unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foca na promoção da reabilitação e adaptação de pacientes com sequelas decorrentes de várias doenças, incluindo a hanseníase. A unidade atende a saúde pública da Zona da Mata, incluindo municípios como Ubá.
No município Três Corações, a inauguração do Serviço de Dermatologia Sanitária, em outubro, marcou um marco ao possibilitar a habilitação para Atenção Integral em Hanseníase Tipo II.
As informações foram divulgadas pelo governo de Minas Gerais.
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Fonte: Brasil 61