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‘Postura autoritária’, diz professora intimidada por David Almeida

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Nelma Sampaio chamou o prefeito para ver os problemas enfrentados por alunos, mas foi ignorada

A professora Nelma Sampaio, que trabalha no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Madre Ana Rosa Gattorno, criticou ao prefeito David Almeida (Avante) por não valorizar os profissionais da rede municipal de educação. A informação é do Radar Amazônico. O fato aconteceu durante um evento realizado pela Prefeitura de Manaus na manhã desta terça-feira (7) no bairro Armando Mendes, zona Leste da capital.

Na ocasião, a prefeitura realizou na rua Xanxerê um evento com intuito de promover a assinatura da ordem de serviço para reformar a praça de alimentação do bairro Armando Mendes. David Almeida ficou irritado com o cartaz escrito “quem não respeita a educação, não merece a reeleição”, levado pela professora Nelma Sampaio.

Visivelmente irritado, o prefeito se isentou da responsabilidade pelo não pagamento da primeira parcela do reajuste da data-base e jogou a culpa pra cima do governador Wilson Lima. “Fique tranquilo que esse recado não é para mim, quem deve os professores não é a Prefeitura [de Manaus], é o governo [do Estado]”, disse David Almeida.

Em entrevista, a professora Nelma Sampaio, que também integra o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), disse que os assessores de David Almeida ficaram incomodados com a placa e a todo instante tentaram intimidá-la. Além disso, a educadora também foi ameaçada pela equipe do prefeito.

“Quando ele chegou e subiu ao palanque, fui até onde as pessoas estavam e levei meu cartaz. Do palanque, ele me olhou e fez uma cara feia. Depois disso, saíram vários assessores dele que estavam no palanque e foram me intimidar, dizendo que eu tinha que sair dali, perguntaram quem eu era e o que eu queria. Perguntei para um deles se era advogado do prefeito, falou várias coisas para mim, me xingou e que eu não deveria estar ali em horário de trabalho, falou que eu ia sofrer sanções […]. Teve um momento que um assessor passou do meu lado e rasgou meu cartaz no lado”, disse.

Após o ocorrido, Nelma Sampaio voltou para a escola, arrumou o cartaz e voltou ao local do evento. Ela classificou a postura do prefeito David Almeida como autoritária e desrespeitosa à democracia.

“Eu atravessei a rua, arrumei o cartaz e fui ao local novamente. No momento que a minha colega chegou para filmar, eles pararam de me intimidar. A postura do prefeito é completamente autoritária, que não aceita críticas, nem ele e sua equipe, e não tem visão de democracia. Eu não estava desrespeitando ninguém, apenas exercendo meu direito como professora e cidadã. Sou professora da Semed [Secretaria Municipal de Educação] e até agora não recebi nenhuma data-base”, reitera.

David “fugiu da raia”

Nelma Sampaio chamou o prefeito David Almeida para ver de perto as dificuldades enfrentadas pelos alunos e professores do CMEI Madre Ana Rosa Gattorno, principalmente no que diz respeito à infraestrutura. Apesar da insistência da educadora e de outros professores, o chefe do Executivo Municipal ignorou os pedidos da categoria.

“Semana sim e semana não, as folhas do forro de PVC caem quando começa a chover. Há pelo menos um mês, estamos sem toner para fazer xerox. Nós, professores, estamos tirando xerox em casa para fazer as atividades das crianças. Os armários estão caindo aos pedaços, a fiação está comprometida. Já fomos vítimas de furtos na escola e, recentemente, roubaram a bomba no poço artesiano. A escola ficou sem aula por uma semana. Sempre estamos vulneráveis devido à falta de comprometimento do prefeito. Falta material pedagógico e até papel higiênico. A escola só tem verba de R$ 7 mil, sem contar a falta de mediadores para alunos PcD”, falou.

Enquanto isso, a gestão David Almeida segue dizendo que 336 escolas municipais foram reformadas, um equivalente a 86,3%. Porém, a realidade é diferente do que é propagado pela prefeitura. Recentemente, uma sala de aula da Escola Municipal Raimundo Almeida Lúcio, localizada no bairro Colônia Terra Nova, zona Norte de Manaus, pegou fogo devido aos problemas na fiação elétrica.

Diante da denúncia feita pela professora, a Semed foi contactada cobrando um posicionamento sobre a situação de abandono do CMEI Madre Ana Rosa, mas não houve resposta.