Apenas 10 minutos são suficientes para checar os locais onde o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, costuma depositar seus ovos. A estratégia é importante para combater a doença. A iniciativa é reforçada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
As autoridades de Saúde destacam as orientações de como fazer a vistoria semanal nas residências, espaços que concentram 74,8% dos criadouros do mosquito em todo o país, conforme o Ministério da Saúde. “O Aedes aegypti se reproduz em água parada. Portanto, pequenas ações no nosso dia a dia podem fazer uma grande diferença na prevenção”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Segundo o responsável pela Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, ao longo do ano, a estratégia da vistoria semanal é divulgada nas escolas e em visitas domiciliares, que são realizadas pelos Agentes de Combate às Endemias, e também em empresas.
“É uma agenda que lembra ao morador de, semanalmente, fazer uma vistoria no seu imóvel e no seu quintal. Isso pode ajudar a lembrar do que tem que fazer, durante a semana, para evitar o criadouro”, afirma Elder.
Ainda de acordo com Elder, é fundamental olhar lugares que podem acumular água, mas que passam despercebidos pela população, como calhas, pneus, vasos de planta, baldes, comedouros de animais e ralos.
“Aquela vasilha d’água, que você coloca para seu cão, pode acumular água. A gente também sempre chama a atenção para que a população não só jogue a água, mas esfregue, porque os ovos têm uma espécie de substância que faz com que fique aderido à parede desse recipiente”, explica Elder.
Por que funciona?
O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, vive e se reproduz dentro e ao redor das nossas casas. Agindo uma vez por semana na limpeza de criadouros, a população interfere no desenvolvimento do vetor, já que o ciclo de vida, do ovo ao mosquito adulto, é de 7 a 10 dias. Com uma ação semanal, é possível impedir que ovos, larvas e pupas do mosquito cheguem à fase adulta, freando a transmissão da doença.
O que fazer uma vez por semana:
– Verifique se a caixa d’água está totalmente vedada, evitando a entrada de mosquitos;
– Mantenha as calhas limpas, sem folhas e sujeira, evitando o acúmulo de água;
– Os galões, tonéis, poços, latões e tambores devem ser totalmente vedados, inclusive aqueles usados para água de consumo;
– As bandejas de ar-condicionado limpas impedem o acúmulo de água. Outra opção é descartar a bandeja;
– Evite o acúmulo de água nas bandejas de geladeira;
– Sempre que possível, os pratos dos vasos de plantas devem ser eliminados. Como alternativa, os pratos podem ser completamente preenchidos de areia ou lavados semanalmente com bucha;
– Os vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual devem ser tampados e ter a água renovada semanalmente;
– Plantas, como bambu, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge e outras semelhantes podem acumular água. A orientação é esvaziar a água semanalmente, virando a planta ou jogando água corrente para renovar a água depositada;
– Os objetos que podem acumular água devem ser eliminados. Se isso não for possível, os pneus devem ser guardados em locais cobertos e as garrafas vazias armazenadas com a boca para baixo;
– Os ralos limpos e com aplicação de tela evitam a formação de criadouros;
– Nos quintais e áreas de serviço, os baldes devem ficar virados com a boca para baixo, evitando o acúmulo de água;
– As lonas usadas para cobrir objetos ou entulho devem ficar bem esticadas para evitar a formação de poças d’água;
– Piscinas e fontes devem ser limpas e tratadas com produtos químicos específicos.
Em caso de sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta, de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
A FVS-RCP reforça que, em caso de suspeita de dengue, é importante aumentar a hidratação e evitar a automedicação. Além disso, é possível realizar testes para identificar a doença e fazer o tratamento adequado. O diagnóstico correto só pode ser feito pelo médico. Busque assistência médica na unidade de saúde mais próxima.
Fotos: Antônio Lima/Secom