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PCC usa bancos digitais e até igrejas para lavar dinheiro

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A facção criminosa teve de se adaptar às novas tecnologias para esconder seus ganhos financeiros

O Primeiro Comando da Capital (PCC) usa bancos digitais e até igrejas para lavar o dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. Há uma estimativa de que a facção lucra US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) por ano com a venda de entorpecentes para outros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autoridades policiais acreditam que o avanço do tráfico de cocaína fez com que as organizações criminosas sofisticassem as formas de lavar dinheiro. 

“Antes, o PCC mandava 100, 200, 300 quilos para outros países, muitas vezes em uma bolsa em um contêiner”, afirmou o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, ao Estadão. “Mas estima-se que o tráfico ligado a nomes do PCC é muito maior.” 

Sistema digital como forma de lavar dinheiro

Um reflexo disso é o uso de bancos digitais e criptomoedas como uma das formas de lavagem de dinheiro. Anteriormente, os criminosos usavam as chamadas “casas-cofre”. 

O PCC alugava casas para “famílias-laranja” e escondia o dinheiro do tráfico em cofres no subsolo do imóvel. Hoje, entretanto, a quadrilha usa o meio digital para esconder recursos provenientes do tráfico. 

Em 2023, uma das fases da Operação Sharks prendeu dois operadores que se reportavam diretamente a dois dos principais líderes do PCC. Os chefes da facção que recebiam as informações dos operadores eram Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e Odair Mazzi, o Deizinho.

Os operadores usavam criptomoedas e contas em bancos digitais para driblar o rastreamento do dinheiro. As autoridades dizem que a fragilidade do sistema de fiscalização nessa área dificulta o trabalho dos investigadores. 

Lavagem de dinheiro por meio de igrejas

Igrejas
De acordo com as investigações, unidades da Assembléia de Deus para as Nações das cidades de Jardim de Piranhas (RN) e Sorocaba (SP) estão entre as investigadas | Foto: Reprodução/Freepik

Ministério Público potiguar deflagrou em 2023 a Operação Plata. A ação foi criada para desmantelar um esquema do PCC que usava sete igrejas para lavar dinheiro nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e São Paulo.  

“As igrejas não foram criadas para esse fim, mas eram usadas para fazer o que chamamos de mescla: uma mistura de recursos lícitos — dízimos e doações dos fiéis — e também recursos ilícitos”, afirmou Lima. 

De acordo com o promotor, unidades da Assembléia de Deus para as Nações das cidades de Jardim de Piranhas (RN) e Sorocaba (SP) estão entre as investigadas. 

“Pastor” mafioso

A operação teve como alvo Geraldo dos Santos Filho, de 48 anos. Ele é acusado de se passar por pastor no esquema. 

Além dele, a ação também mirou Valdeci Alves dos Santos, conhecido como Colorido, de 52 anos. O criminoso já foi apontado como o número dois do PCC nas ruas. Hoje ele está preso na Penitenciária Federal de Brasília. 

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