Depois que a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST, nesta quarta-feira, 28, parlamentares de oposição protocolaram uma moção de repúdio pelos atos do grupo. O documento é assinado pelo deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).
Após a sessão, conturbada, que contou com embates entre oposição e governistas, os deputados opositores realizaram ainda uma coletiva de imprensa para criticar a sessão solene.
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) classificou o ato como “vergonhoso” e afirmou que o MST é uma “facção criminosa”. Além disso, destacou que o governo do ex-presidente Bolsonaro marcou o “único hiato” das ações do MST.
Segundo Salles, a sessão permitida pela Câmara é “vexatória”. “Daqui a pouco, nessa toada, o PCC vai pedir também sessão solene na Câmara dos Deputados”, continuou o parlamentar.
“Durante a CPI, ficaram claros os crimes cometidos pelos líderes do MST em cima dos liderados”, disse Salles. “Enquanto os líderes enriquecem, os liderados vivem na miséria, na pobreza, sem as mínimas condições de sobrevivência dentro dos acampamentos e assentamentos. Não obstante, os seus líderes têm casas maravilhosas, carros ótimos e uma série de vantagens patrimoniais que os demais não têm.”
“Vimos na CPI o quanto de desvio que as associações e cooperativas fazem com o dinheiro público que é transferido através de programas como Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e vários outros, que, utilizando de uma narrativa correta, serve de meio para que alguns se locupletem com dinheiro público”, continuou.
Os deputados criticaram a condução da sessão por parte da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que é membro da Mesa da Câmara. Conforme os oposicionistas, Maria chamou os nomes dos inscritos, membros da oposição, muito rápido e, desse modo, eles não conseguiriam falar durante a sessão.