O hospital e pronto-socorro 28 de agosto, um dos maiores do Estado, vive uma crise administrativa e tem, em seus bastidores, uma disputa empresarial pela prestação de serviços médicos. Até mesmo o Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da 58ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde Pública, já tentou interferir, promovendo, na semana passada, uma reunião de urgência para debater o assunto, durante a qual ouviu do empresário Sérgio Chalub, administrador da Madim, terceirizada que atua na unidade, que o Governo do Estado não tem honrado compromissos financeiros, o que prejudica o atendimento da população.
Representantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e do Fundo Estadual de Saúde (FES) estavam na reunião e não contestaram o empresário. Sérgio Chalub ressaltou que, mesmo após um acordo feito pela Casa Civil com a cooperativa médica, os profissionais continuam enfrentando dificuldades devido à escassez de insumos básicos.
“A audiência foi realizada para tomarmos conhecimento da existência de alguma tratativa entre o Estado e a empresa prestadora de serviço, para que o setor volte a funcionar em sua plenitude. Marcamos um novo encontro com a Secretaria de Saúde, Secretaria da Fazenda e o Fundo Estadual de Saúde, para que todos os responsáveis sentem à mesa e justifiquem qual ação proposta para sanar essa paralisação,”
afirmou Luissandra Chíxaro de Menezes, promotora de Justiça.
O MPAM realizará uma nova audiência nesta terça-feira, 06/02, com a Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Fundo Estadual de Saúde (FES) e a empresa Madim. O objetivo é buscar soluções para os impasses e assegurar o funcionamento adequado dos serviços de imagem do Hospital 28 de Agosto.
Na reunião estiveram presentes Fabrício Carvalho, assessor jurídico da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM); Ellen Gadelha, diretora do Hospital 28 de Agosto e Getro Felipe Simões Lêdo, secretário executivo do Fundo Estadual de Saúde.
Troca de empresa
O blog apurou que, além dos problemas causados pela falta de pagamento dos terceirizados, existe uma disputa empresarial pelo controle dos serviços médicos prestados na unidade. Uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público IOcip) que já presta o atendimento em outras unidades estaria articulando para substituir a Madim. A manobra teria o apoio da cúpula da Saúde.