Em entrevista à GloboNews, na manhã desta sexta-feira (19), o governador do Amazonas, Wilson Lima (União), falou sobre como foi enfrentar a seca severa de 2023 e também em como pretende adiantar ações de enfrentamento para impedir que o estado sofra mais consequências caso o episódio torne a se repetir com a mesma intensidade ou maior.
A seca deixou todos os 62 municípios do Amazonas em estado de emergência, isolando comunidades rurais, fechando escolas e mudando a paisagem das cidades às margens do rio.
E, claro, também afetou a questão econômica do estado. Segundo o governador, de outubro do ano passado a janeiro deste ano, o Amazonas deixou de arrecadar cerca de R$ 500 milhões em decorrência dos problemas causados pela seca dos rios.
Wilson destacou três aspectos que pesaram na dinâmica do estado para socorrer a população: ajuda humanitária, atividade econômica e as queimadas.
“Tivemos um episódio o qual nunca havíamos vivido. A seca impediu a chegada de navios com insumos para a Zona Franca de Manaus e isso nos trouxe um problema muito grande. Houve um efeito dominó”, disse o governador, destacando o apoio “fundamental” das Forças Armadas na distribuição de ajuda aos municípios.
Hoje, o governador destaca que, mesmo ainda abaixo da normalidade, a situação pode ser caracterizada como normalizada, principalmente na questão ligada à importação e exportação de materiais da ZFM já que, como o governador destacou na entrevista, o transporte mundial, estadual ou municipal, é feito pelos rios em cerca de 90% da sua totalidade.
Os impactos da seca que acometeu os serviços ecossistêmicos do Amazonas ano passado geram incertezas para 2024. No entanto, o governador destacou que, desde que viviam no período mais desafiador, algumas medidas foram adotadas e, agora, serão ampliadas para reduzir tais resultados.
De 2019 até hoje, o governo estadual já montou 500 micro sistemas de abastecimento de água. A meta, de acordo com Wilson, é dobrar o número até 2026, para que os munícipes não sofram com a falta deste item essencial.
Outra medida que o governador quer adiantar é a dragagem dos rios no mês de maio. Ele disse que já adiantou o assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para que o governo federal esteja junto ao estado nesta intervenção que mexe diretamente com a produção industrial.
“Nunca os navios ficaram impedidos de chegar ao Porto de Manaus e, ano passado, passamos por isso. Conversei recentemente com o vice-presidente para que iniciemos o processo de dragagem já em maio para identificar os pontos mais difíceis, principalmente no rio Amazonas, onde há maior movimentação de navios cargueiros”, explicou.