Após inúmeras informações distorcidas divulgadas por parte da imprensa e posicionamentos de parlamentares querendo lucrar com a situação do que teria ocorrido, na madrugada desta sexta-feira (4), no episódio envolvendo uma abordagem policial e o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), a namorada do parlamentar Sarah Mariah resolveu se pronunciar sobre o caso, por meio das redes sociais.
Logo após a abordagem policial da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), as pessoas que estavam no veículo de Amom formalizaram uma denúncia no 14°Distrito Integrado de Polícia Civil (DIP), na zona Leste de Manaus.
De acordo com a namorada de Amom Mandel, Sarah Mariah, que estava no volante do veículo e deu a entender que o comportamento truculento dos policiais foi direcionado a “uma mulher preta” que estava dirigindo o carro de Amom na noite do ocorrido.
O posicionamento de Sarah foi feito a uma internauta, identificada como Sabrina Castro, que criticou o fato de que o deputado Amom Mandel, por ser um homem branco, teria recebido um “passe livre” para supostamente ultrapassar o bloqueio policial e, segundo a internauta, cometer abuso de autoridade ao dar voz de prisão e levar os policiais à Delegacia, enfatizando que se fosse um homem preto, poderia ter morrido.
“Fiquei imaginando uma pessoa preta andando na ZL [Zona Leste] de carro e furando a barreira policial. Hoje, certamente viraria estampa de camisa (estaria morto) e o povão ia aplaudir a PM… Mas um rico pode tudo e com um fã-clube só de pobre pra defender”, comentou Sabrina que afirma ser “cientista político”,
em suas redes sociais.
Em resposta a ironia de Sabrina, Sarah Mariah, que é profissional da imprensa e é uma moça preta que mora na Zona Leste de Manaus, iniciou sua fala rebatendo o comentário da jovem, afirmando:
“Querida Sabrina, havia uma pessoa preta dirigindo na Zona Leste e essa pessoa era eu. Aqui vão alguns detalhes do que a PM fez questão de ocultar quando postou relato aos portais do estado: O condutor do carro era eu, Sarah Mariah. E tenho CNH há mais de cinco anos e nenhuma penalidade”,
iniciou da resposta de Sarah.
A versão apontada por Sarah, que mora no bairro Jorge Teixeira, se confirma às apurações do Radar Amazônico, e que apontam que a garota estava dirigindo o carro, indo deixar a sua amiga em casa, na Zona Leste, com Amom Mandel que estava no banco do carona do veículo, quando o automóvel foi abordado pelos policiais, em uma viatura da Rocam, com a alegação de que haveria uma lâmpada supostamente queimada no carro.
Após revistarem o carro, os policiais seguiram respondendo com truculência com as duas mulheres [Sarah e sua amiga], chegando até a apontar os fuzis que portavam para a namorada de Amom, que estava no veículo, apavorada com toda a situação. A atitude apenas teria se encerrado após o deputado federal Amom Mandel acionar para falar com o atual secretário de Segurança Pública, Coronel Marcos Vinícius de Almeida, e dar a voz de prisão aos policiais por abuso de autoridade, exigindo que todos fossem à Delegacia, pois ele gostaria de formalizar a denúncia do que tinha ocorrido.
A jovem também esclareceu, em sua rede social, em tom de desabafo, toda a sua versão dos fatos, ainda afirmando que é inverídica a informação que havia bloqueio policial e que eles furaram o mesmo. Sarah ainda explicou que ela sinalizou que ia encostar, que abaixou até mesmo os vidros do carro. E que Amom apenas deu voz de prisão após a truculência prosseguir com as jovens, mesmo com toda a colaboração.
A jovem desabafa no fim de sua fala:
“Eu não posso dirigir um carro na Zona Leste, tendo habilitação, respeitando as leis de trânsito e COLABORANDO com abordagem policial mesmo que ofensiva? Felizmente eu não virei “camisa de estampa”, mas nós sabemos que eu poderia ter virado se o Amom não estivesse ali. Eu NUNCA usei da popularidade do Amom pra me promover, para entrar em evidência para nada. Eu sei como a história acaba pra mim, eu sou pobre, eu sou negra, eu sou de periferia e vão me acusar de tudo, tudo, tudo… passei o dia com crise de ansiedade e só me manifestei agora porque não aguentava mais tanta mentira, tanta violência e tanto material calunioso. Eu passei SEIS horas numa delegacia relatando mais uma violência contra mim e usaram pra promover política…no boletim de ocorrência estou registrada como VÍTIMA!”,
finalizou Sarah.