“Ambos concordaram comigo que tal reunião será realizada sob os auspícios da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da Comunidade do Caribe”, disse uma carta enviada a ambos os presidentes, assinado pelo primeiro-ministro Ralph Gonsalves, de São Vicente e Granadinas, que atualmente é presidente da CELAC. A carta também menciona que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também convidado.
Maduro manteve conversas com Lula e Gonsalves, nas quais fez a “proposta de realizar uma reunião de alto nível com a República Cooperativa da Guiana”, de acordo com a chancelaria venezuelana por meio de um comunicado.
“Estou ativando ao máximo a Diplomacia Bolivariana de Paz, sempre em defesa dos direitos históricos da Venezuela. Uma vez mais, derrotaremos a mentira, as provocações e as ameaças contra o nosso povo. Nossa Pátria Venezuela!”, escreveu Maduro na plataforma X (antigo Twitter).
De acordo com o Palácio do Planalto, a conversa entre Lula e Maduro tratou da disputa com a Guiana pela região de Essequibo, rica em petróleo. De acordo com o governo, Lula “transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo”. Lula ressaltou que é importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação, de acordo com o Palácio do Planalto.
A Venezuela e a Guiana disputam o território do Essequibo há mais de um século, mas as tensões se intensificaram desde que o governo Maduro realizou um polêmico referendo, no domingo passado, no qual 95% dos eleitores apoiaram declarar a Venezuela como legítima detentora da região, segundo os resultados oficiais.
Outros países da América do Sul, além de Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, pediram nos últimos dias uma distensão e uma solução pacífica para as tensões.