O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a postura de não criticar diretamente a Venezuela e, nominalmente, seu aliado político-ideológico, o presidente Nicolás Maduro. No contexto da 63ª Cúpula do Mercosul, que se encerrou nesta quinta-feira, 7, Lula tratou vagamente sobre o que chama de “conflito” entre Venezuela e Guiana.
O presidente considera que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) deveria dialogar com ambos os lados, e colocou o Brasil à disposição para sediar as reuniões. “Vamos tratar esse assunto com muito carinho, porque o que não queremos na América do Sul é guerra”, disse. “Não precisamos de conflito, precisamos construir a paz.”
Lula foi o responsável por abrir a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro. “Estamos acompanhando com preocupação a situação no Essequibo”, declarou. No entanto, fez a ressalva de que o tema não deveria “contaminar” a agenda da integração regional.
Ainda em seu discurso de abertura, Lula disse que o subcontinente não quer conflitos. Assim, o Mercosul não poderia ficar “alheio à questão”.
Turma do ‘deixa disso’
Ele propôs, então, aos demais representantes do bloco, que assinassem uma declaração conjunta, em que se pediria o diálogo e a paz entre as nações sul-americanas. Em nenhum momento se fez menção ao nome de Maduro ou à sua intenção de anexar mais de dois terços do território guianês.
Maduro determinou a criação do Estado da Guiana Essequiba, além de montar um plano de exploração de petróleo para a área de 160 mil m². Para invadir a Guiana por terra, o ditador venezuelano teria de percorrer território brasileiro.
Participaram da Cúpula do Mercosul os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Santiago Peña (Paraguai), Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai), e Luis Arce (Bolívia). Este último país passa a integrar o bloco, após 8 anos de negociações.