O senador Eduardo Braga (MDB) vem usando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, em Brasília, para atacar possíveis adversários políticos nas Eleições de 2022. Os dois principais alvos do parlamentar são o atual governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) – que ao que tudo indica tentará reeleição – e o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, cotado para ser o candidato ao governo do Estado com apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Em dois momentos da CPI, Braga aproveitou para fazer palanque político contra os adversários. O primeiro ocorreu na semana passada, durante o depoimento de Pazuello. Na oportunidade, o senador atacou o ex-ministro e aproveitou a ‘carona’ para criticar o governador do Amazonas pela falta de oxigênio durante a segunda onda de Covid-19 no Amazonas. O parlamentar relembrou, na reunião do Senado Federal, que o general andou até sem máscara em um shopping da capital amazonense.
Outro momento em que Eduardo Braga aproveitou para atacar os dois adversários, ocorreu nesta semana durante o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Mayra Pinheiro. O senador levantou a voz, falou até sobre vermelho e azul e reclamou sobre as ações do MS no Amazonas em janeiro deste ano.
“Não estou em véspera de eleição e não quero saber de discussão partidária”, afirmou Eduardo Braga, no depoimento da Capitã Cloroquina.
Incoerência
Após atacar o Governo Federal na CPI da Pandemia, Braga e o deputado federal Delegado Pablo (PSL) se encontraram com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para alertar sobre obras nas rodovias BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-317 (São Gabriel da Cachoeira, passando pelas terras indígenas Balaio e seguindo até o distrito de Cucuí, na fronteira com a Venezuela), além das intervenções nos portos de São Gabriel da Cachoeira (Camanaus), Barcelos, Anori, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Manicoré e Lábrea por conta do período da cheia no Estado.
Comemoração
Braga também usou as redes sociais para comemorar a convocação de Wilson Lima para depor na CPI da Pandemia. No entanto, nesta quarta-feira (26), o senador votou contra a convocação de seu conterrâneo e colega de partido Helder Barbalho, governador do estado do Pará, para prestar depoimento na comissão parlamentar.
Em setembro de 2020, Barbalho foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF), em uma operação que investiga supostos desvios em contratos para a gestão de hospitais do estado. Dois secretários e um assessor do governador chegaram a ser presos.